Alimentação Saudável e Distúrbios Alimentares

 

A adolescência é um período de crescimento rápido e de muitas modificações corporais, requerendo um aumento nas necessidades de energia e de nutrientes. Neste período, podem aparecer novos hábitos de consumo, inclusive com reflexos na alimentação diária, explicáveis por motivos psicológicos e socioeconômicos.

As frequências crescentes do excesso de peso e da obesidade também preocupam, assim como o hábito de fazer regime para emagrecer que, especialmente entre as meninas, pode determinar níveis de ingestão inferiores aos recomendados e padrões alimentares inadequados. Uma alimentação sadia deve ser variada, incluindo alimentos de cada um dos três grupos básicos de nutrientes. Confira no quadro 3 os três grupos básicos de nutrientes.

 

A alimentação deve ser rica em proteína, fibra, vegetais, frutas e alimentos que contenham cálcio (leite e derivados, vegetais verde- escuros), ferro (carne, cereais, aveia) e vitaminas (frutas, verduras, cereais).

Recomenda-se utilizar a pirâmide alimentar para informar sobre boas práticas alimentares. Esta apresenta a classificação dos alimentos em grupos nutricionais e em recomendações sobre o número de porções necessárias de cada grupo. É importante, ainda, estabelecer o hábito de se alimentar em horários regulares, o que costuma ser uma dificuldade para muitos adolescentes.

A avaliação nutricional de indivíduos ou de populações pode ser definida como um conjunto de ações e procedimentos que têm por objetivo diagnosticar a magnitude, a gravidade e a natureza dos problemas nutricionais; identificar e analisar os seus determinantes, com a finalidade de estabelecer as medidas de intervenção.

 

O Índice de Massa Corporal (IMC) é recomendado como um indicador antropométrico essencial durante a adolescência, porque é uma medida somática que reflete todos os compartimentos corporais, sendo influenciado também pela massa livre de gordura. Calcula-se o IMC pela divisão do peso em quilos pela altura em metros quadrados (Kg/m2).

Para adolescentes, o IMC está significativamente relacionado à gordura subcutânea e total, sendo altamente específico para aqueles com grande quantidade de gordura corporal. O Ministério da Saúde (MS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam as novas curvas lançadas em 2006, para adolescentes já presentes na Caderneta do Adolescente e recomendada para uso na Atenção Básica (BRASIL, 2009).

 

O culto ao corpo e os distúrbios alimentares

Dentre as doenças associadas ao culto ao corpo está a vigorexia, que é a tentação de ganhar músculos, o que leva os jovens ao abuso de esteroides sem orientação médica.

Os efeitos colaterais podem ser devastadores: aumento de peso, aumento de massa muscular e óssea, tremores, acne severa, retenção de líquidos, virilização, dores articulares, aumento da pressão arterial, alteração do metabolismo do colesterol (diminuindo HDL, aumentando LDL, com aumento de doenças coronarianas),alterações de função hepática, ictrícia e tumores de fígado, alterações no hemograma, estrias atróficas, exacerbações da apneia do sono, maior tendência de lesões do aparelho oculomotor.

Os profissionais de saúde que atendem adolescentes devem questioná-los durante a consulta sobre o uso de esteroides e alertá-los que a prática de esporte é importante e que a atividade física deve ser supervisionada e ordenada, bem como a alimentação orientada.

Veja na animação abaixo os distúrbios alimentares mais comuns na adolescência:

 

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Créditos
Ramos, Heidemann e Cardoso