MICRO REGULAÇÃO NA UBS DE PACIENTES COM DOR CRÔNICA E DEGENERATIVAS ATRAVÉS DO USO DA CIF (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE).

Abstract

O aumento das doenças crônico-degenerativas e músculo-esqueléticas tem lançado um desafio para os serviços de saúde, em especial entre a articulação da Atenção Básica (AB) e da Atenção Especializada (AE). Com o grande aumento de encaminhamentos para a AE, tal como a ortopedia, os usuários enfrentam uma longa fila de espera e pouca resolutividade em suas demandas, que ficam, muitas vezes, restrita ao uso de medicamentos e sem um olhar profissional para sua funcionalidade. Dessa forma, buscou-se com esse projeto implantar uma microrregulação dos encaminhamentos para a AE, em especial para ortopedia, na Unidade Básica de Saúde (UBS), a partir de três ferramentas: o matriciamento entre médico e fisioterapeuta; a avaliação da funcionalidade dos usuários com dores crônicas através da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF); e microrregulação dos casos com triagem e conduta conforme as necessidades funcionais do usuário. Para isso, foi reservada uma hora semanal na agenda médica junto à fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para avaliação de pacientes e dos casos com queixas de dor crônica ou doença músculo-esquelética, tendo em mãos a CIF e avaliação clínica e ortopédica. Após essa triagem, os pacientes são encaminhados para ortopedia com maiores informações e avaliação mais completa do seu caso, de forma singular, ou encaminhadas para o cuidado continuado na própria UBS com ofertas locais, tais como grupo de dor, auriculoterapia, orientações e educação em saúde, grupo com nutricionista e/ou de saúde mental, conforme cada caso. Há ainda possibilidade de reavaliação e mudança de conduta conforme alterações no quadro dos pacientes, como reagudização do sintoma. Dessa forma, os profissionais tem ampliado seu olhar para o cuidado em saúde, diminuído os encaminhamentos desnecessários para a AE, ampliado a oferta de forma resolutiva na UBS, compartilhado o cuidado em saúde e centrado a atenção para as reais necessidades dos pacientes, com enfoque na integralidade.