Eventos Agudos na Atenção Básica

Cefaleia

Créditos

Introdução

A queixa de cefaleia é particularmente comum no cotidiano das Unidades de Saúde, tanto no âmbito dos serviços de urgências ou emergências hospitalares como nas unidades que integram a Atenção Básica. Sua ocorrência configura-se em um problema com características potencialmente limitantes, uma vez que influenciam negativamente no bem-estar, na qualidade de vida dos sujeitos e trazem consigo prejuízos econômicos e sociais.

Dados epidemiológicos recentes apontam para a relevância do problema e ajudam a determinar o perfil dos brasileiros que sofrem deste sintoma e que buscam os serviços de saúde em decorrência dele. No Brasil, embora as cefaleias sejam responsáveis por 9% do total de consultas por problemas agudos na Atenção Básica, afetando aparentemente mais mulheres que homens (SBMFC, ABMFR, ABN, 2009), apenas 16% dos usuários com cefaleia tensional e 56% daqueles com enxaqueca ou migrânea procuram atendimento médico (BIGAL, 2000).

A dor de cabeça gera sofrimento físico, além de prejuízos sociais, laborais, emocionais e econômicos. A cefaleia, por ser uma queixa muito frequente entre estudantes, também está relacionada a dificuldades de aprendizado, com fracasso educacional, absenteísmo escolar, em média de 2,8 dias/ano, maior vulnerabilidade a comorbidades e prejuízo na qualidade de vida (BRAGA et al., 2012).

Nesse sentido, a análise de dados estatísticos revela o papel significativo que a ocorrência de cefaleias assume sobre a sociedade, com impactos diretos sobre a vida econômica e a qualidade de vida das pessoas, para além dos custos diretos ao sistema de saúde.

Vincent et al. (1998) afirmam que cerca de 10% dos trabalhadores de uma empresa estudada relataram dor suficientemente intensa a ponto de prejudicar seu desempenho no trabalho, o que representa em números aproximadamente 538,75 horas não trabalhadas por mês. Na pesquisa em questão, o custo indireto das cefaleias foi estimado para cada tipo, resultando em um potencial prejuízo à empresa da ordem de R$145,64 por funcionário ou R$144.682,39 por ano. Para os autores, a enxaqueca é o tipo de cefaleia com maior custo social e financeiro e seu controle é particularmente importante no ambiente de trabalho, com reflexos positivos tanto no bem-estar como na produtividade dos sujeitos.

Nesse sentido, é fundamental que as equipes de Atenção Básica sejam capazes de atuar no enfrentamento deste problema, minimizando seus efeitos deletérios tanto para os sujeitos como para as comunidades atendidas.

Além disso, as equipes da Atenção Básica devem estar suficientemente sensibilizadas para adotar condutas adequadas, eficientes e acessíveis, sem a tendencialidade para os extremos, que vão desde a banalização da queixa ao uso inadvertido de tecnologias mais pesadas, pouco resolutivas e onerosas para o sistema de saúde.

Este material pretende servir de guia e se propõe a auxiliar os profissionais de saúde no reconhecimento e manejo das cefaleias agudas e crônicas na Atenção Básica, permitindo o estabelecimento do diagnóstico e o tratamento adequados, identificando situações de risco e atuando de forma integral e humanizada.

Conceito

A cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça, é um sintoma que precisa ser considerado como sinal de alerta, uma vez que sua ocorrência pode estar relacionada a problemas de maior gravidade. Pode ser episódica ou contínua, envolvendo ou não estruturas orgânicas na etiologia da dor (ANVITO; MONZILLO, 1998).

Já as cefaleias secundárias relacionam-se diretamente com doenças primárias de variadas etiologias, tais como:

  • infecciosas,
  • inflamatórias,
  • parasitárias,
  • traumáticas,
  • vasculares,
  • tumorais e
  • metabólicas.

Neste caso, os exames complementares são imprescindíveis e dependem da suspeita da doença de base (SILVA, 2001).

 

Classificação

A forma de apresentação das cefaleias é bastante variável, do mesmo modo que sua relação com as diferentes patologias, o que atribui à sua classificação utilidade clínica e fundamentação para as diretrizes no estabelecimento do diagnóstico, prognóstico e abordagem terapêutica.

Existem hoje aproximadamente 156 tipos e subtipos diferentes de cefaleia, conforme a classificação proposta pela Sociedade Internacional de Dor de Cabeça (tradução livre de The International Headache Society – IHS).

Procurando padronizar e estruturar a abordagem das cefaleias em nível global, a Sociedade Internacional de Dor de Cabeça propõe a classificação internacional das cefaleias denominada International Headache Classification (ICHD-2). Neste sistema, a classificação é hierárquica e todos os tipos de cefaleia estão classificados em grandes grupos, cada um desses grupos é subdividido uma, duas ou três vezes em tipos, subtipos e subformas de cefaleia (SUBCOMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CEFALEIA, 2006).

As cefaleias são classificadas de acordo com o fenótipo da cefaleia apresentada pelo sujeito no momento atual ou pela característica álgica apresentada no último ano. Cada tipo distinto de cefaleia relatado pelo usuário deve ser, separadamente, diagnosticado e codificado. Assim, um paciente gravemente acometido pode receber vários diagnósticos diferentes e várias classificações (SUBCOMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CEFALEIA, 2006).

As cefaleias do tipo primária podem se classificar em (IHS, tradução livre):

  • migrânea, também denominada enxaqueca, e suas subdivisões;
  • cefaleia tipo tensional e suas subdivisões;
  • cefaleias trigeminais autonômicas, também conhecidas por cefaleia em salvas ou, ainda, neuralgia do trigêmeo e suas subdivisões;
  • outras cefaleias primárias e suas subdivisões.

Conforme The International Headache Classification (ICHD-2), as cefaleias do tipo secundária podem se classificar em (IHS, tradução livre)

  • cefaleia atribuída a trauma na cabeça ou na região cervical, também chamada de cefaleia pós-traumática;
  • cefaleias causadas por lesões estruturais intra ou extracranianas:
    - cefaleia atribuída a distúrbios vasculares cranianos/cervicais e suas subdivisões;
    - cefaleia atribuída a distúrbios não vasculares cranianos/cervicais e suas subdivisões;
  • cefaleia atribuída a uma substância ou à sua retirada e suas subdivisões;
  • cefaleia atribuída a infecções, também conhecida por cefaleia das doenças febris agudas e suas subdivisões;
  • cefaleia atribuída a transtornos da homeostase e suas subdivisões;
  • cefaleia ou dor facial atribuída a transtornos do pescoço, crânio, olhos, ouvidos, nariz, seios da face, dentes, bocas ou outras estruturas faciais e suas subdivisões;
  • cefaleia atribuída a transtorno psiquiátrico.

Avaliação Diagnóstica

Na maioria dos casos de cefaleia, a anamnese é o principal componente para elaboração do diagnóstico. A realização de uma anamnese fundamentada e criteriosa permite uma melhor suposição diagnóstica e auxilia o profissional na solicitação racional de exames complementares.

O exame clínico-neurológico complementa a anamnese na busca por um diagnóstico e uma classificação mais precisos da cefaleia em questão.

1.   Anamnese

A multifatorialidade envolvida nos quadros de cefaleias tem validade no diagnóstico e na sua classificação. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE), alguns pontos merecem atenção durante a realização da anamnese e do exame físico. Acompanhe a seguir.

Sexo: homens e mulheres podem sofrer de cefaleia, podendo ocorrer a predominância em um dos sexos, conforme o tipo de cefaleia. A cefaleia em salvas predomina no sexo masculino, enquanto a migrânea, cefaleia tensional e hemicrânia paroxística episódica e crônica têm maior incidência entre as mulheres. Existem algumas modalidades de cefaleia que acometem exclusivamente o sexo feminino por estarem relacionadas a hormônios (migrânea menstrual) e ao uso de anticoncepcionais hormonais.

Idade de início e idade do paciente: as cefaleias podem acometer pacientes de qualquer idade, ainda que determinadas modalidades atinjam, preferencialmente, certa faixa etária, o que pode ser exemplificado nos casos da arterite temporal e das neuralgias craniofaciais, mais comuns em idosos.

Distribuição temporal: é de fundamental importância determinar como ocorreu o primeiro episódio doloroso – abrupto ou insidiosamente – e como evoluiu – sem maiores alterações de intensidade ou progressivamente.

Sintomas iniciais: considera-se aqui o que precede de imediato o quadro doloroso e que vem sendo descrito na literatura como aura, nos casos da denominada migrânea com aura (SILVA, 2002). São manifestações clínicas de origem no córtex ou tronco cerebral, tais como: sintomas motores, sensitivos, sensoriais, distúrbios da linguagem ou outros. Segundo Silva (2002), na migrânea, esses sintomas se iniciam habitualmente de maneira insidiosa e progridem lentamente, evoluindo em 5 a 60 minutos, podendo ter um curso evolutivo mais rápido, menos que 5 minutos (aura de início agudo) ou, ao contrário, mais duradouro, mais de 60 minutos (aura prolongada). É a presença dessas manifestações que diferencia as duas grandes formas clínicas da migrânea (com ou sem aura). No entanto, não são apenas as migrâneas com aura que são precedidas por sintomas iniciais. Em alguns tipos de epilepsia, por exemplo, os sintomas iniciais são muito semelhantes, porém se instalam de modo abrupto e evoluem em poucos segundos (SILVA, 2002).

Diagnóstico Diferencial

Para realizar o diagnóstico diferencial, é importante saber as características dos principais quadros de cefaleia. A seguir falamos das características das cefaleias primárias mais frequentes e suas diferenças. Em seguida, vamos abordar as cefaleias secundárias e como identificá-las no cotidiano da Atenção Básica.

1.   Principais cefaleias primárias

1.1   Cefaleia tipo tensional

A modalidade tensional é o tipo mais frequente entre as cefaleias na população em geral (RANDALL; CLINCH, 2001). Por ser uma condição altamente prevalente, boa parte da população mundial experimentou (ou vai experimentar) episódios dessa entidade durante a vida. Trata-se da cefaleia primária mais comum (SILVA, 2002).

Observa-se predominância feminina, e o pico de prevalência geralmente ocorre entre os 20 e os 50 anos em ambos os sexos, com declínio após esse período. Vários estudos mostram que muitos desses pacientes nunca consultaram um médico em virtude de uma crise de cefaleia e, portanto, a automedicação é elevada nesse grupo (SILVA, 2002), sendo um importante fator verificar o uso recorrente de analgésicos para a determinação do diagnóstico.

1.2   Migrânea (Enxaqueca)

A migrânea, ou enxaqueca, é o diagnóstico da maioria dos pacientes que busca atendimento na Atenção Básica com queixa de cefaleia (SBMFC, ABMFR, ABN, 2009).

Trata-se de uma doença neurovascular que se caracteriza por crises repetidas de dor de cabeça que podem ocorrer com uma frequência bastante variável, atingindo mais mulheres do que homens. Tem como mecanismo fisiopatogênico uma dilatação das artérias cranianas, o que justifica a melhora com a adoção de procedimentos que diminuem o aporte de sangue para o segmento cefálico, tais como escalda pés, compressão digital da artéria carótida externa ou da temporal superficial, aposição de gelo no local da dor (SBCE, 2000).

As crises migranosas são predominantemente marcadas por limitação das atividades habituais (estudo, trabalho, outras), náusea e fotofobia. Há de se considerar no diagnóstico, também, a presença de estímulos capazes de determinar o surgimento de uma crise em indivíduos predispostos, sendo os mais comuns: estresse; alterações do sono, jejuns, ingestão de certos alimentos (chocolate, laranja, comidas gordurosas e lácteas, vinhos), privação da cafeína, exposição a ruídos altos, odores fortes ou alterações climáticas, prática de exercícios físicos, uso de medicamentos vasodilatadores (SBCE, 2000).  

De acordo com a IHS, podemos dividir a migrânea em com ou sem aura. Observe a seguir:

2.   Cefaleias secundárias

 

Na prática diária da Atenção Básica, é de suma importância diferenciar os quadros de cefaleia de origem primária daqueles de origem secundária, pois neste último a conduta será guiada pela patologia subjacente à cefaleia. E, além disso, na maioria das vezes, as doenças associadas à cefaleia secundária são potencialmente graves e exigem uma intervenção mais rápida.

 

O quadro a seguir sintetiza os principais sintomas e sinais de alerta indicativos de cefaleia secundária, muitas vezes direcionando o profissional a referenciar o paciente ao serviço de urgência.

Sinais e sintomas de alerta

Possíveis causas

Início abrupto de forte intensidade.

Hemorragia subaracnoide por ruptura de aneurisma ou mal-formação arteriovenosa (MAV) ou hematoma intracerebral.

Aumento da frequência e da intensidade das crises de dor de forma subaguda (semanas a meses). Mudança do padrão das crises, cefaleia diária desde a sua instalação.

Processo expansivo intracraniano e/ou hidrocefalia.

Febre, rigidez de nuca, convulsões.

Meningite, encefalite.

Convulsões, dor hemicraniana, sempre ocorrendo no mesmo lado da cabeça.

MAV ou processo expansivo intracraniano.

Sinais e sintomas de disfunção endocrinológica.

Adenoma de hipófise.

Surgimento de cefaleia após os 50 anos.

Neoplasia sistêmica/SNC, arterite de células gigantes – arterite temporal

Anomalidades identificadas no exame físico neurológico (difusas ou focais).

Quaisquer das possíveis causas acima.




Quadro:Principais sintomas e sinais de alerta de cefaleia secundária.
Fonte: Brasil (2012 apud DUNCAN, 2004).

É importante que seja levantada a hipótese da instalação de hipertensão intracraniana cuja ocorrência pode estar relacionada a diferentes problemas, como acidente vascular cerebral (AVC), arterites, hematomas ou hemorragias subaracnoides, crise hipertensiva ou piora aguda da hipertensão arterial em tratamento, entre outras causas. Na suspeita da relação de cefaleias com outros problemas de base, vale incluir as possibilidades diagnósticas mais variadas, como: meningite ou meningismo, desenvolvimento de tumores, doenças infecciosas inflamatórias ou crônicas das vias aéreas superiores, sinusopatias, desidratação (inclusive relacionada ao consumo de álcool), má adaptação ao uso de lentes corretivas, órteses e/ou próteses (BRASIL, 2012). Cada uma dessas condições exige condutas profissionais específicas conforme a etiologia e gravidade do quadro.

Usualmente os fatores causais das cefaleias secundárias merecem condutas imediatas que, muitas vezes, ultrapassam as possibilidades da Atenção Básica, uma vez que é preciso lançar mão de exames de imagem, laboratoriais e atendimentos especializados ou de urgência.

A Atenção Básica, porém, torna-se responsável pelo acompanhamento do paciente quando fora de cenários de maior complexidade, devendo prestar assistência aos problemas de base ou situações crônicas e complicações instaladas após o diagnóstico.


Abordagem Inicial

Como o foco deste módulo é principalmente o atendimento à demanda espontânea, vamos abordar, sobretudo, o manejo da situação aguda de cefaleias classificadas como primárias. Consideraremos que as cefaleias secundárias são, normalmente, encaminhadas aos serviços de maior complexidade e seu tratamento se direciona mais especificamente à(s) causa(s) e não à crise.

O material de referência para o manejo medicamentoso da maioria das crises abordadas neste tópico foi baseado no volume II do Caderno da atenção Básica nº 28, não excluindo outras fontes. A justificativa por essa escolha leva em conta que, em se tratando de uma publicação ministerial de abrangência nacional, os medicamentos citados devem estar disponíveis para a maioria dos serviços de saúde.

No manejo das crises, é importante atentar para:

No tratamento das crises é importante:

Estabelecer o diagnóstico exato;

Estar atento às outras doenças associadas, evitando, por exemplo, a prescrição de anti-inflamatórios aos pacientes com úlcera péptica e de drogas vasoconstritoras a pacientes com doença cardiovascular;

Limitar a frequência do uso de drogas analgésicas, evitando o desenvolvimento da cefaleia crônica diária por abuso de medicação;

Utilizar tratamento adequado à intensidade da crise; Educar o paciente de forma a aumentar sua cooperação.




Tabela: Pontos importantes no tratamento da crise.
Fonte: SBCE (2013).


1. Cefaleia tensional

Crises de cefaleia tensional de intensidade leve podem aliviar com repouso ou com exercícios de relaxamento. As demais devem ser tratadas com analgésicos comuns ou AINEs (anti-inflamatórios não esteroides). A combinação desses fármacos com cafeína aumenta a eficácia de ambas as medicações (BRASIL, 2012):

  • Paracetamol (1.000 mg) com cafeína (130 mg);
  • Ibuprofeno (400 mg) com cafeína (200 mg).

2. Migrânea

O tratamento da crise aguda de migrânea deve basear-se de acordo com a intensidade das crises (RANDALL; CLINCH, 2001).



A tabela a seguir sintetiza as opções farmacológicas no manejo da crise de fraca intensidade:

Droga

Dose/Posologia

Ácido acetilsalicílico

1.000mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia

Paracetamol

500mg a 1.000mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 3g

Naproxeno sódico

750mg a 1.250mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 1.650mg

Ibuprofeno

600mg a 1.200mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 1.200mg

Diclofenaco de sódio

50mg a 100mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 200mg

Dipirona

500mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 2g

Todos podem ser associados ou precedidos

Metoclopramida 10mg a 20mg VO ou domperidona 20mg VO

Outras opções

Isometepteno 65mg + cafeína 100mg + dipirona 300mg VO




Tabela: Opções farmacológicas no manejo da crise de fraca intensidade.
Fonte: Brasil (2012 apud SBCE, 2000).

Crise de moderada intensidade: além da possibilidade de uso de analgésicos e AINEs, na crise moderada são recomendados os agonistas 5-HT1 seletivos – triptanos – e não seletivos – ergóticos. Os derivados ergóticos ligam-se receptores dopaminérgicos, o que pode explicar as náuseas que costumeiramente ocorrem em decorrência do seu uso. Devem ser iniciados o mais precocemente possível (pois não têm efeito quando utilizados tardiamente), podendo ser associados a antieméticos. Os triptanos podem ser utilizados em qualquer momento da crise, porém não devem ser associados a antieméticos (SBCE, 2000).

A tabela a seguir sintetiza as opções farmacológicas na crise de moderada intensidade:

Droga

Dose/Posologia

Ácido acetilsalicílico*

1.000mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 3g

Sumatriptano

50mg a 100mg VO, 20mg IN repetir em caso de recorrência – máximo/dia 200mg

Naproxeno sódico

750mg a 1.250mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 1.650mg

Ibuprofeno

600mg a 1.200mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 1.200mg

Diclofenaco de sódio

50mg a 100mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 200mg

Dipirona

500mg VO repetir 2h a 4h após s/n – máximo/dia 2g




Tabela: Opções farmacológicas na crise de moderada intensidade.
Fonte: Brasil (2012 apud SBCE, 2000).

* associar metoclopramida parenteral na vigência de vômito.

Crise de forte intensidade: nas crises de forte intensidade recomenda-se o uso de Triptanos, Indometacina ou Clorpromazina. O uso de Dexametasona ou de Haloperidol pode também ser recomendado. Pacientes com crises agudas podem apresentar boa resposta ao uso da Dipirona injetável, associada ou não a Metoclopramida e/ou antiespasmódicos (BRASIL, 2012).

A tabela sintetiza as opções farmacológicas na crise de forte intensidade:

Droga

Dose/Posologia

Dipirona*

1.000mg IV diluída em SF 0,9% – máximo/dia 2g

Clorixinato de lisina*

200mg IV diluído em 20ml de SF 0,9% – máximo/dia 500mg

Sumatriptano

6mg SC ou 20mg IN, ou 50mg a 100mg VO

Rizatriptano

5mg a 10mg VO mg disco dispersível sobre língua

Zolmitriptano

2,5mg a 5mg VO

Indometacina*

100mg IR repetir 1h s/n – máximo/dia 200mg

Clorpromazina

0,1mg/kg a 0,7mg/kg IM ou IV diluído em SF 0,9%, repetir até três vezes nas 24h

Dexametasona*

4mg IV, repetir 12h a 24h s/n

Haloperidol

5mg IM ou IV diluído em SF 0,9%

Triptanos

Em caso de recorrência frequente de cefaleia, associar ácido tolfenâmico 200mg ou naproxeno sódico 550mg VO




Tabela: Opções farmacológicas na crise de forte intensidade.
Fonte: Brasil (2012 apud SBCE, 2000).

Os medicamentos da classe dos triptanos não devem ser usados em pacientes com doença coronariana ou vasculopatias pelo aumento do risco cardiovascular. Além disto, o seu uso é contraindicado nas 24 horas subsequentes ao uso do ergótico.

3. Cefaleia em salvas

O manejo da cefaleia em salvas tem início com a orientação dos pacientes sobre hábitos que desencadeiam as crises.

Atendimento Sequencial

O indivíduo pode procurar o serviço de saúde desde o primeiro episódio de cefaleia ou porque vem apresentando crises frequentes de cefaleia. Neste contato inicial, é muito importante procurar diferenciar os quadros de cefaleia primária e secundária, no intuito de promover melhor atenção e manejo do caso.

A longitudinalidade, que trata do acompanhamento do paciente ao longo do tempo por profissionais da Atenção Básica, é considerada característica central deste nível de atenção (CUNHA; GIOVANELLA, 2013).

Assim, é muito importante planejar o atendimento sequencial do indivíduo após o atendimento da crise aguda.

O tratamento e os cuidados devem levar em conta as necessidades individuais e suas preferências. Para isso, uma boa comunicação clínica é essencial e deve estar embasada em evidências, permitindo ao usuário a tomada de decisões informadas sobre o seu cuidado. Quando possível, familiares e cuidadores devem ser convidados a se envolver na gestão dos cuidados e nos tratamentos propostos.

Para todos os casos de cefaleia, é muito útil a utilização de um diário da dor para auxiliar no diagnóstico e nas condutas posteriores. O modelo do diário, apresentado a seguir, deve ser preenchido pelo paciente no mínimo por 8 semanas.

Dia

Duração Intensidade

Sintomas associados

Todos os medicamentos que usou para aliviar a dor

Precipitantes




Tabela: Modelo do diário.
Fonte: National Institute for Health and Clinical Excellence. Diagnosis and management of headaches in young people and adults (2012).

Na suspeita de quadros de cefaleia secundária, normalmente o indivíduo será referenciado para serviço de urgência ou necessitará de investigação e avaliação com especialista focal (neurologista), embora o vínculo com o serviço de Atenção Básica deva ser mantido por meio de acompanhamento após o manejo hospitalar do quadro álgico e a promoção de cuidados subjacentes.

1. Cefaleia tensional

Neste tipo de cefaleia, deve ser considerada a orientação do uso de Paracetamol (Acetominofen) ou AINEs associados ou não à cafeína quando o indivíduo apresentar dor (BRASIL, 2012), levando em conta a preferência pessoal, as comorbidades e o risco de efeitos adversos.

É importante não oferecer opioides para tratamento da cefaleia tensional e monitorar o uso abusivo de medicamentos.

A SBCE e SBMFC et al. (2009) sugerem que, para a forma crônica, podem ser utilizados antidepressivos tricíclicos, com destaque para a Amitriptilina na dosagem de 25 mg a 75 mg/dia, em dose única diária, preferencialmente à noite.

Como tratamento profilático da cefaleia tensional frequente, pode-se considerar um curso de 10 sessões de acupuntura por 5 a 8 semanas (SBCE, 2000).

2. Migrânea com ou sem aura

Para obter um melhor controle da enxaqueca, com consequente profilaxia dos quadros álgicos, é fundamental a identificação dos possíveis fatores desencadeantes das crises. Assim, é possível que os indivíduos evitem ou modulem sua exposição a tais fatores.

Pacientes que têm mais de 4 crises ao mês merecem indicação de profilaxia medicamentosa, considerando a minimização das consequências relacionadas aos episódios e evitando o surgimento de cefaleia crônica diária induzida pelo uso de analgésicos. Outras razões que indicam o tratamento profilático são a ocorrência de enxaquecas incomuns (enxaqueca hemiplégica, enxaqueca com aura prolongada) e a contraindicação ao uso de medicações para o tratamento agudo (SBMFC, ABMFR, ABN, 2009).

Segundo dados da SBCE, de Brasil (2012) e de SBMFC et al. (2009), a profilaxia medicamentosa da migrânea pode ser feita com as seguintes substâncias, considerando sempre a menor dose possível, ajustada de acordo com a resposta:

A profilaxia inicialmente deve ser continuada por 6 meses. Após este período, reavaliar a necessidade de manutenção.

Na gestação a droga de escolha para tratamento da migrânea é o Paracetamol (Acetaminofen), ainda que possa ser considerado uso de triptanos e anti-inflamatórios após discutir com gestante os riscos do uso dessas medicações durante a gravidez (BRASIL, 2012).

É importante evitar uso de anticoncepcional hormonal combinado para contracepção em mulheres portadoras de enxaqueca com aura.

3. Cefaleia em salvas

Um dos poucos tratamentos para cefaleia em salvas com efetividade comprovada em ensaios clínicos randomizados é o Verapamil.

4. Cefaleia por uso crônico de analgésicos

A cefaleia por uso crônico de analgésicos é observada em indivíduos que desenvolvem ou pioram da cefaleia enquanto fazem uso das medicações descritas a seguir, por 3 meses ou mais:

  • Triptanos, opioides, derivados ergotamina ou combinação de analgésicos por 10 dias do mês ou mais;
  • Paracetamol (Acetaminofen), aspirina ou AINEs, 15 dias por mês ou mais.

O primeiro passo consiste em explicar para o indivíduo que o tratamento consiste em cessar abruptamente os medicamentos analgésicos por pelo menos 30 dias e orientar os efeitos desagradáveis dessa cessação. Em alguns casos pode ser necessária a intervenção de um especialista ou, até mesmo, desintoxicação hospitalar.

Deve ser feita uma reavaliação do diagnóstico e do tratamento da cefaleia entre 4 a 8 semanas após interrupção dos analgésicos, bem como fornecido suporte durante o período de abstinência (SBCE, 2013).

5. Cefaleias secundárias

Uma vez identificada a etiologia da cefaleia, o tratamento deve ser direcionado, quando possível, à causa, e o usuário deve ser acompanhado, considerando a eficácia das medidas de tratamento e o manejo de possíveis sequelas.

Indicação de Encaminhamento e Monitoramento

Na Atenção Básica, toda a equipe deve estar devidamente preparada para identificar sinais de gravidade diante de quadros de cefaleia aguda, especialmente aos critérios que indicam a necessidade de referenciar o paciente a outros níveis de atenção. As cefaleias secundárias, que normalmente exigem atendimento rápido em nível hospitalar, apresentam-se acompanhadas por sinais de alerta que orientam as suspeitas clínicas e diagnósticas e reforçam a necessidade atendimento em serviços de emergência.



Sinais e sintomas de alerta

Possíveis causas

Início abrupto de forte intensidade.

Hemorragia subaracnoide por ruptura de aneurisma ou mal-formação arteriovenosa (MAV) ou hematoma intracerebral.

Aumento da frequência e da intensidade das crises de dor de forma subaguda (semanas a meses). Mudança do padrão das crises, cefaleia diária desde a sua instalação.

Processo expansivo intracraniano e/ou hidrocefalia.

Febre, rigidez de nuca, convulsões.

Meningite, encefalite.

Convulsões, dor hemicraniana, sempre ocorrendo no mesmo lado da cabeça.

MAV ou processo expansivo intracraniano.

Sinais e sintomas de disfunção endrocrinológica.

Adenoma de hipófise.

Surgimento de cefaleia após os 50 anos.

Neoplasia sistêmica/SNC, arterite de células gigantes – arterite temporal.

Anormalidades identificadas no exame físico neurológico (difusas ou focais).

Quaisquer das possíveis causas acima.




Quadro: Sinais e sintomas de alerta nas cefaleias.
Fonte: Brasil (2012 apud DUNCAN, 2004).

No caso das cefaleias classificadas como primárias, as indicações de encaminhamento ao especialista focal (neurologista) são (SBMFC, ABMFR, ABN, 2009):

  • dúvida diagnóstica;
  • paciente não responde, não melhora ou piora após tratamento instituído;
  • prejuízo funcional decorrente da cefaleia;
  • Cefaleia por abuso de analgésicos com dificuldade de manejo ambulatorial (dependência opioides potentes) e necessidade de internação para desintoxicação.

Importante:

não referir indivíduos com diagnóstico de cefaleia tensional, enxaqueca, cefaleia em salvas ou cefaleia por abuso de medicação para estudo de neuroimagem apenas por segurança;

considerar estudo de imagem nos indivíduos portadores de cefaleia crônica diária e achados anormais no exame neurológico;

exame de imagem geralmente não é indicado em pacientes com migrânea e exame neurológico normal;

o eletroencefalograma não é útil em identificar as causas e os subtipos de cefaleia, assim não se recomenda realização deste exame na abordagem da cefaleia;

na avaliação do indivíduo com cefaleia, estar atento aos “sinais de alerta” que indicam provável cefaleia secundária.




Quadro: Aspectos importantes sobre cefaleias classificadas como primárias.
Fonte: O autor.

O fluxograma a seguir pode auxiliar na estratificação de risco dos pacientes acometidos por cefaleia que buscam o serviço de saúde. Acompanhe.

Quadro: Fluxograma - abordagem inicial de usuários com queixa de cefaleia.
Fonte: Brasil (2012 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Cuidados pós Evento Agudo no Domicílio e na Comunidade

Ao atender ou tomar conhecimento de um caso de cefaleia aguda ou recorrente, a equipe deverá discutir e avaliar a necessidade de este indivíduo ser acompanhado, agendado para retorno, referenciado ao especialista ou mantido sob supervisão nas rotinas das visitas domiciliares. Sempre deve ser reforçada a importância da adesão às orientações, da assiduidade às consultas de rotina quando instituídas, bem como naquelas especializadas quando for o caso.

No primeiro momento, a equipe de saúde deve classificar a cefaleia em primária ou secundária para, então, planejar as condutas a serem instituídas.

As cefaleias identificadas como primárias devem, ainda, ser analisadas e posteriormente classificadas quanto à sua modalidade tanto no atendimento à crise como no atendimento sequencial, se for o caso. A equipe de saúde deverá propor ações voltadas à identificação e ao manejo da dor, junto ao paciente, à família e à comunidade, atentando para a ocorrência de fatores desencadeantes e predisponentes a fim de instituir medidas de profiláticas e o tratamento adequado conforme o tipo de cefaleia.

É fundamental que o paciente seja informado acerca da natureza de sua cefaleia a fim de tranquilizá-lo e instrumentalizá-lo, evitando o pânico, idas desnecessárias aos serviços de pronto-atendimento ou a não valorização de sintomas diferentes dos apresentados habitualmente.

Em se tratando de educação em saúde, é fundamental insistir que, para além dos medicamentos, a influência do estilo de vida na evolução das cefaleias primárias e nos processos fisiopatogênicos de algumas cefaleias secundárias são determinantes. Medidas preventivas e ações de promoção à saúde devem ser trabalhadas individualmente e na comunidade, enfatizando a importância de melhorias nas condições de sono e repouso, alimentação adequada, redução do estresse e à prática de atividades físicas no controle das crises ou das doenças de base.

A equipe multiprofissional, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e a própria população devem estar articulados no sentido de criar cenários e instrumentos que estimulem a adoção de hábitos saudáveis. Assim, é possível contar com o apoio de nutricionistas para auxiliar pacientes na elaboração de cardápios e receitas mais adequados e/ou na substituição de determinados alimentos relacionados a crises; um educador físico pode programar ou até mesmo conduzir atividades na comunidade; psicólogos têm como planejar atendimentos individuais e realizar grupos no controle de situações pontuais e do estresse; fisioterapeutas podem trabalhar no alívio e com orientações para situações cujo sistema musculoesquelético esteja envolvido na etiologia da dor.

Por fim, a equipe deve estabelecer vínculos com a comunidade e repensar formas de acesso a fim de evitar a automedicação e a ocorrência de cefaleias recorrentes por uso crônico de analgésicos. Deste modo, essa condição poderá ser evitada, bem como outras complicações. Os profissionais devem investir em medidas educativas que encorajem a população a buscar auxílio para que seja realizado o diagnóstico correto e adotadas as medidas adequadas em lugar das paliativas.

Fechamento

Caro aluno!

Neste módulo acompanhamos um importante conteúdo sobre os tipos de cefaleia, além de sua definição e classificação. Como é uma das queixas mais frequentes na Unidade de Saúde, identificamos sinais de alerta ou gravidade frente a um caso de cefaleia aguda, de modo a estarmos aptos a manejar ambulatorialmente casos agudos mais comuns e identificar casos de cefaleia que necessitarão de remoção ao serviço de urgência ou emergência. Vale ressaltar que acompanhamos aspectos importantes para toda a equipe de saúde no que diz respeito aos cuidados pós-eventos agudos no domicílio e na comunidade. Lembre-se de que este conteúdo pode ser consultado quando necessário e continue, sempre, a aprofundar seus conhecimentos sobre o tema.

Bom estudo!

 

Fernanda Lazzari Freitas

Tanise Gonçalves de Freitas


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Autores

Fernanda Lazzari Freitas

Graduada em Medicina pela UFSC em 2003. Residência em Medicina de Família e Comunidade no Grupo Hospitalar Conceição Porto Alegre 2004/2006. Concluiu Mestrado em Saúde Coletiva na UFSC em 2011. Trabalha como médica de família e comunidade no município de Florianópolis desde 2006 e desenvolve atividades de preceptoria na Residência em Medicina de Família e Comunidade UFSC/HU e na Graduação em Medicina UFSC.
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4762927U3

 

Tanise Gonçalves de Freitas

Enfermeira graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2002), possui especialização em Atenção
Básica e Saúde Coletiva pelo Programa de Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do
Rio Grande do Sul (2006), é mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010).
Atualmente é pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Bioética e Saúde Coletiva da UFSC , enfermeira da
Prefeitura Municipal de Florianópolis e Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva pela
Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na Atenção Básica, atuando principalmente na área
de Saúde da Família e Saúde Coletiva.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2878518544634263