Clínica Ampliada

Clínica Ampliada como metodologia de trabalho

Créditos

páginas:

Como utilizar a Clínica Ampliada como ferramenta de trabalho?

O profissional da ESF/NASF precisa acolher toda a queixa do usuário, este é o primeiro passo para a atuação na perspectiva da Clínica Ampliada. No serviço de saúde, muitas vezes, não é possível uma escuta qualificada de todos, mas é possível selecionar os que mais necessitam e a eles dedicar mais tempo. A escuta abrange também a observação da linguagem não falada, o corpo “fala”, demonstrando muitas vezes o que o usuário tem dificuldade de verbalizar. A escuta e a interação entre o usuário e o profissional vai facilitar o questionamento sobre o que levou ao adoecimento, permitindo a constatação de sua posição ativa na construção da sua saúde/doença. Com isso, o usuário percebe que é o responsável pela construção da sua condição de saúde, deixando de responsabilizar somente o serviço de saúde pelo seu cuidado (BRASIL, 2007).

Lembramos que uma prática que favorece a clínica ampliada é a visita domiciliar, por proporcionar uma visão diferenciada da realidade vivenciada pelo usuário e possibilitar a ampliação de vínculos. Quando realizada por profissionais de áreas de conhecimento diferentes, amplia a visão da realidade, favorecendo o intercâmbio de conhecimentos e a abertura de campo para a discussão dos casos na equipe multidisciplinar.

Desta forma, o profissional de saúde precisa estar atento às limitações que prescreve na vida do usuário, que podem fazer com que este viva somente com a preocupação na doença, deixando de viver a vida. Além disso, faz-se necessária a mudança na lógica da medicalização, reconhecendo-se que os saberes da biomedicina podem ser insuficientes e, às vezes, até prejudiciais quando desvinculados de uma visão/escuta ampliada e qualificada. Cunha, 2010, ressalta a importância de evitar a medicalização da vida, lembrando que é necessário equilibrar o combate à doença com a produção de vida.

Delziovo, Pedebôs e Moretti-Pires

Tópico 2 - páginas: