Projeto Terapêutico Singular

Como formular um Projeto Terapêutico Singular – PTS

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Etapas do processo de construção do PTS

Definição de Metas

Expostas as ideias e entendimentos de cada membro da equipe da Atenção Básica e consideradas as percepções e colocações dos sujeitos, é hora de ponderar as metas da intervenção a curto, médio e longo prazo. Estes estabelecimentos dependerão das necessidades mais urgentes e também das possibilidades de resolução que estiverem ao alcance mais imediato dos profissionais envolvidos. Mas, principalmente, do desejo e aceite do sujeito considerado. Por isso, esta etapa não pode desvincular a relação biopsicossocial do sujeito do problema levantado. Aqui, chama-se a atenção à possibilidade de realizar esta etapa em duas partes: a primeira com a equipe, para ter clareza da proposta para o usuário ou grupo, protagonista da situação ou problema; a segunda parte pode ser realizada entre a equipe e o usuário ou o grupo, visando enveredar esforços para que a proposta da equipe faça sentido, por isto a importância de ter um integrante da equipe que tenha maior vínculo com a situação, pois ele será o interlocutor privilegiado a dar sequência à pactuação em torno do PTS.

Veja algumas questões-guias que podem nortear a discussão no grupo que desenvolve o PTS:

Divisão de responsabilidades

O PTS visa acima de tudo à autonomia do sujeito sobre suas condições de vida e saúde por meio da busca de seu protagonismo. Por isso é essencial que parte das responsabilidades terapêuticas seja assumida por ele. Isso não exime os profissionais da saúde do compartilhamento das corresponsabilidades e do acompanhamento do caso a curto, médio e longo prazo. É interessante lembrar que um aspecto pertinente à AB é a longitudinalidade, a continuidade do processo de trabalho em saúde.

Algumas intervenções também exigirão dos profissionais ações específicas que caracterizam suas ações profissionais ou conhecimentos específicos. Muitas vezes estes profissionais são os que deverão fazer a conexão com outros níveis de atenção à saúde e mesmo intersetoriais, buscando alternativas que contribuam para a solução dos problemas. Essas ações devem ser pactuadas e em alguns casos compartilhadas entre os membros das equipes da Atenção Básica.

Oliveira (2007) orienta a construção de um cronograma de ações com a identificação dos responsáveis específicos para elas.

Nesse cronograma é interessante constar a periodicidade de reavaliação do caso, considerando o tempo necessário para produção do efeito desejado, assim como a tolerância que não signifique riscos ou danos aos sujeitos, e principalmente que as equipes não percam a familiaridade com o caso.

Para esta etapa render bons resultados será importante, mais uma vez, o exercício do diálogo e a corresponsabilização diante do caso. O respeito à opinião e voz do outro em um ambiente que todos compreendam que não há saber superior, apenas diferente. Este exercício fortalece o grupo e amplia a sua eficiência.

Miranda, Coelho e Moré

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