Gestão e Avaliação

Gestão do Sistema Municipal de Saúde

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Gestão do Sistema Municipal de Saúde

Inicialmente, houve a transferência de recursos físicos (unidades de saúde, policlínicas) e humanos (profissionais de saúde que trabalhavam nessas unidades públicas), até então sob administração direta da Previdência Social ou dos estados, para a gestão dos municípios. Esse processo foi acompanhado da criação e da implantação de instrumentos e dispositivos de gestão que possibilitaram a transferência de recursos financeiros entre esferas de governo (como o caso da implantação dos fundos de saúde, da legislação de transferências fundo a fundo etc.).

Também foram previstos mecanismos de alocação automática, regular e previsível para o financiamento de determinadas políticas executadas pelos municípios, como o caso do Piso de Atenção Básica e do incentivo para o financiamento da Estratégia Saúde da Família (PAB variável). Aqui se incluíram mais recentemente os incentivos para as equipes de NASF. Veremos mais adiante, neste mesmo módulo, como são esses mecanismos de financiamento.

No final da década de 1990, ficou claro que o processo de descentralização tinha praticamente se esgotado e estava em risco pela incapacidade dos municípios de assumirem isoladamente a responsabilidade pela atenção integral da saúde de seus habitantes. Os serviços de saúde de maior densidade tecnológica estavam concentrados em poucos municípios de maior porte, e os pequenos e médios municípios concentravam apenas serviços básicos e hospitais gerais. Essa distribuição dos serviços não garantia o acesso equânime da população aos procedimentos mais complexos. Além disso, ficaram evidentes as ineficiências econômicas e técnicas associadas a serviços com dimensionamento inadequado, o que expôs a limitação da opção por sistemas de saúde municipais sem articulação regional.

Para superar a municipalização atomizada, foi recuperado o entendimento do processo de descentralização associado à regionalização. A incorporação da ideia da regionalização, além de resolver os problemas já indicados, teve a virtude de recuperar o papel do gestor estadual como coordenador do processo de constituição de redes regionalizadas em cooperação com os municípios. Dessa forma, ampliou-se o número de atores envolvidos no processo de operacionalização do SUS, tornando-o mais factível.

E como fazer o planejamento e a gestão de uma região de saúde? Já vimos a definição de território nos módulos anteriores, e no módulo de planejamento pudemos entender como identificar as necessidades e fazer o planejamento na área de uma equipe ou unidade de saúde. Para a gestão do sistema de saúde de um município, todas essas necessidades deverão ser consideradas no Plano Municipal de Saúde (PMS) e na Programação Anual de Saúde.

Nós falaremos um pouco mais desses instrumentos de gestão do SUS mais à frente!

Calvo, Magajewski e Andrade

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