Atenção Integral à Saúde da Criança

A criança, o meio ambiente e a família

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A Comunicação com a criança e a família

Desde o momento de sua concepção e mesmo durante o período intrauterino, a criança já pode ser considerada parte integrante da sociedade na qual foi gerada, sofrendo, portanto, as consequências das condições sociais, históricas e familiares que a cercam. Diante desta realidade, alguns questionamentos vêm à tona, como, por exemplo:

Neste sentido, propomos aqui discutir questões que circundam a criança e os distintos ambientes em que ela vive. Pretendemos identificar a influência exercida pelo meio ambiente e pela família no processo saúde/doença da criança e, consequentemente, planejar ações que promovam qualidade de vida, na perspectiva do processo de gestão compartilhada do cuidado em que, tanto familiares como profissionais, sejam corresponsáveis pela saúde da família.

O profissional da Atenção Básica, por (idealmente) acompanhar toda a família na ESF, com o apoio do NASF, tem a possibilidade de estabelecer um vínculo especial com todos. Esta condição oportuniza conhecer melhor a dinâmica familiar, facilitando, desse modo, o processo de acompanhamento da criança. Muitas vezes, são esses profissionais que realizam o pré-natal da mãe, atendem o pai e os avós da criança.

Para melhor obter informações, o médico, o enfermeiro, o dentista, assim como os profissionais do NASF, podem lançar mão de perguntas facilitadoras, específicas e abertas. Desta forma, sentimentos negativos ou problemas familiares previamente não percebidos podem vir à tona, facilitando o planejamento de ações eficazes direcionadas ao cuidado da criança.

Segundo Murahovschi (2006), é importante ter sutileza ao adentrar na vida do casal, nos seus conceitos, códigos, padrões éticos e religiosos, pensamentos, estrutura familiar e cuidados. Ouvir, trocar ideias, informar e deixar o casal falar são condutas indicadas. As consultas mais producentes costumam ser aquelas baseadas nas questões levantadas pela família ou pela criança. Tentar se colocar no lugar dos pais, entender suas fragilidades e ao mesmo tempo criar identificação com a criança. É fundamental discutir e esclarecer dúvidas, tendo em vista que evitar a ansiedade na família pode prevenir somatizações e problemas emocionais.

Busque uma aliança terapêutica com a família. A comunicação com a família envolve uma certa carga emocional, às vezes, difícil para o profissional de saúde, e isso é normal. Mas é importante procurar refletir sobre os seus sentimentos, ao invés de negá-los.

A aliança terapêutica é um conceito construído ao longo dos encontros e da interação entre o profissional de saúde e os usuários. Dela depende o sucesso do próprio processo terapêutico.

É útil falar acerca de suas angústias na consulta, em reuniões clínicas, discussões de casos, apoio matricial e supervisões.

Anders, Boehs, Souza

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