Capacitação dos profissionais de saúde para o atendimento de parada cardiorrespiratória na atenção primária
No município de Belo Horizonte, a Atenção Básica tem como parâmetro diferentes eixos de intervenção que se fundamentam na proposta de reorganização, qualificação e fortalecimento da assistência no nível local, na perspectiva da integralidade da atenção. Nota-se, na prática, que os Centros de Saúde são a referência da população para a busca de soluções às diferentes situações de doenças e agravos à saúde e, em meio à amplitude de abordagens ao sujeito, surgem, com menos frequência, alguns casos complexos que exigem atendimento imediato. Nessas situações, os profissionais de saúde precisam interromper a rotina diária e, rapidamente, mobilizar-se para atender às emergências. Predominantemente, essas demandas são atendidas nos serviços hospitalares ou nas unidades de pronto atendimento.
Entretanto, há situações em que o indivíduo que sofre determinado agravo, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, procura o local mais próximo da residência para socorro: o Centro de Saúde. Destaca-se que é nesse dispositivo que o usuário possui vínculo, o que pode levar a população adscrita a procurar a Unidade, sobretudo pela proximidade do domicílio.
Diante disso, está revelada a necessidade de que o profissional que atua na Atenção Básica, além de ações voltadas à promoção da saúde e prevenção de doenças, esteja apto a prestar os primeiros atendimentos às situações de urgência e emergência.
Considerando a necessidade de educação permanente em saúde (EPS), que se dá no trabalho, pelo trabalho e para o trabalho, organizada como processo permanente, de natureza participativa e multiprofissional, e considerando a necessidade dos profissionais para o atendimento de agravos emergenciais na Atenção Básica, de adequação dos ambientes para o atendimento, este trabalho buscou instrumentalizar a equipe de saúde desse nível de atenção para o atendimento de Parada Cardiorrespiratória (PCR).
Com base no trabalho desenvolvido com a equipe do Centro de Saúde, pode-se inferir que a PCR é um tipo de atendimento pouco frequente no cotidiano da Atenção Básica. Por outro lado, é de suma relevância que essa temática seja trabalhada com toda a equipe desse nível de atenção, considerando-se que o Centro de Saúde é, em algumas situações, a referência mais próxima do domicílio do usuário, exigindo capacitação profissional para uma intervenção imediata.
É importante que o atendimento à PCR, bem como os demais casos de urgência e emergência, componha o rol de discussões e capacitações programadas e articuladas no cotidiano de trabalho das Unidades de Saúde em todos os níveis de assistência. Essa prática pode ser compreendida como fundamental para um cuidado qualificado e pode ser realizada periodicamente (BARBOSA et al., 2011).
Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda