A saúde da mulher deve ser vista de maneira ampla, entendendo que as concepções sobre a mulher e sua saúde, incluindo os aspectos biológicos, variam de uma comunidade para outra e até mesmo dentro delas. Além disso, as questões relacionadas à saúde da mulher diferenciam-se ainda de acordo com cada faixa etária, apresentando situações específicas. No entanto, os profissionais da equipe de saúde não devem se restringir aos problemas e agravos à saúde
da mulher, mas precisam compreendê-las inseridas em seus contextos familiares, sociais e laborais.
O objetivo da equipe deve ser contribuir para a melhoria das condições de vida das mulheres da sua área de abrangência, estando também atenta para as especificidades das populações negras, indígenas, para as questões de gênero e opção sexual, população urbana, rural e população carcerária, garantindo seus direitos de acesso aos serviços de saúde, incluindo-as nas ações de promoção a saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação (BRASIL, 2004).
O atendimento humanizado com escuta qualificada é o passo inicial para uma atenção integral.
O profissional da enfermagem poderá acionar os profissionais da equipe de Saúde da Família e do NASF para construção de projetos terapêuticos ou discussão dos casos que envolvam questões relacionadas à melhoria da autoestima, estados depressivos, situações de violência doméstica e outras de acordo com as demandas locais.

Dentre os motivos que levam as mulheres a procurar os serviços de saúde encontram-se as ações de prevenção e detecção do câncer ginecológico. Estes momentos, além de fundamentais para o diagnóstico precoce dos carcinomas ginecológicas (uma vez que o seu diagnóstico tardio é um fator que ainda determina o grande número de óbitos de mulheres no Brasil e no mundo), propiciam uma maior aproximação entre a equipe e as usuárias e são oportunidades valiosas de efetivação do cuidado integral à saúde da mulher.
Neste sentido, as equipes, no seu processo de planejamento, devem contemplar estratégias de educação, informação e de busca ativa, visando ao rastreamento de carcinomas.
Os eixos norteadores centrais devem se pautar no conhecimento dos indicadores de morbimortalidade, que são a base para o planejamento do cotidiano das ações, contribuindo para reduzir as doenças e os agravos presentes nos ciclos de vida da população feminina atendida. É essencial reconhecer na busca do cuidado por parte da mulher uma oportunidade para a promoção, prevenção, diagnóstico, investigação e tratamento amplo e contínuo, contemplando todos os aspectos que possibilitem uma melhoria à saúde e às condições de vida desta mulher.
Link:
Clique aqui para acessar: CAVALCANTI, L. F.; GOMES R.; MINAYO, M. C. S. Representações sociais de profissionais de saúde sobre violência sexual contra a mulher: estudo em três maternidades públicas municipais do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 22, n. 1, p. 31-9, 2006.
Clique aqui para acessar: ANDRADE, C. J. M.; FONSECA, R. M. G. S. Considerações sobre violência doméstica, gênero e o trabalho das equipes de saúde da família. Rev. Esc. Enferm., São Paulo, v. 42, n. 3, set. 2008.
Santos, Zampieri, Oliveira, Carcereri, Correa, Tognoli e Freitas