Atenção Integral à Saúde da Mulher

Ações da clínica e do cuidado nas principais queixas e agravos ginecológicos

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Tipos de Cânceres Ginecológicos Mais Frequentes

Com relação ao câncer de colo uterino, os achados clínicos a seu respeito dependem do estágio da doença. Apesar de também serem assintomáticos, podem ser presentes os seguintes sinais e sintomas:

Cabe ressaltar que o exame de Papanicolaou é um exame preventivo para o câncer de colo uterino, eventualmente se prestando a diagnosticar algumas infecções (candidíase, vaginose). Preferencialmente, não deve ser colhido na vigência de infecções, que podem dificultar a análise citopatológica, gerar resultados inconclusivos e produzir insegurança na mulher frente a um diagnóstico incerto.

Na prática:

É essencial que o profissional que efetua a coleta esteja habilitado a realizar a aplicação de ácido acético a 5% e identificar lesões aceto-brancas suspeitas e proceder o teste de Schiller. Pela incidência de exames preventivos falso-negativos, é imprescindível que o profissional proceda essa avaliação visual do colo, que determinará, mesmo com preventivo normal, o seguimento e a investigação propedêutica adequada.

Um exame de fácil realização como o Papanicolaou, feito por profissional treinado, possibilita o rastreamento de até 80% dos casos de câncer de colo uterino, e se as lesões iniciais forem tratadas de forma adequada, a redução da taxa de câncer cervical pode chegar a 90% (TAVARES; PRADO, 2006).

Oliveira, Fernandes e Galvão (2005), em estudo realizado em Fortaleza com mulheres entre 35 e 50 anos portadoras de carcinoma cervicouterino, identificaram como as causas impeditivas do diagnóstico precoce: sobrecarga de trabalho da mulher, superposição de tarefas, falta de atenção e cuidado com o próprio corpo, falta de noção da necessidade de prevenção nas diferentes fases da vida e dificuldade de acesso ao serviço de saúde. Tais barreiras devem ser levadas em conta quando as equipes planejam estratégias de rastreamento para a prevenção do câncer de colo de útero.

É fato bem conhecido que a mortalidade por câncer do colo do útero é evitável, uma vez que as ações para seu controle contam com tecnologias para o diagnóstico e tratamento de lesões precursoras, permitindo a cura em 100% dos casos diagnosticados na fase inicial.

Diante deste fato, surge uma questão bastante instigante: por que o Brasil, apesar de ter sido um dos primeiros países a utilizar a colposcopia associada ao exame citopatológico (Papanicolaou) para a detecção precoce do câncer do colo do útero ou de suas lesões precursoras, ainda tem uma das mais altas taxas de mortalidade por esse tipo de câncer?

Uma das respostas possíveis para a referida questão é que existe uma lacuna entre os avanços técnicos e o acesso da população a eles. É, portanto, “fundamental que haja mecanismos por meio dos quais mulheres motivadas a cuidar de sua saúde encontrem uma rede de serviços quantitativamente e qualitativamente capaz de suprir essa necessidade em todo o país” (BRASIL, 2002 b, p. 5)*.

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev). Falando sobre câncer do colo do útero. – Rio de Janeiro: MS/INCA, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/falando_cancer_colo_utero.pdf>. Acesso em: 17 maio 2012.

Lembre-se sempre de que o Ministério da Saúde brasileiro possui uma série de programas e políticas para a prevenção e detecção precoce do câncer ginecológico.

Até a década de 1990, o teste Papanicolaou convencional constituiu-se na principal estratégia utilizada em programas de rastreamento voltadas ao controle do câncer do colo do útero. Novos métodos de rastreamento como testes de detecção do DNA do HPV e inspeção visual do colo do útero utilizando ácido acético (VIA) ou lugol (VILI) são apontados, em vários estudos, como eficazes na redução das taxas de mortalidade por câncer do colo do útero. No Brasil, o exame citopatológico é a estratégia de rastreamento recomendada pelo Ministério da Saúde prioritariamente para mulheres de 25 a 64 anos (BRASIL, 2011).

Agora, conheça as fases da abordagem do colo do útero na imagem a seguir:

Figura: As fases de abordagem do câncer do colo do útero.
Fonte: Brasil, 2002b, p. 28.

Leitura complementar:

As recomendações do INCA são bastante esclarecedoras quanto à periodicidade dos exames preventivos. Acesse clicando aqui para saber obter outras informações.

Santos, Zampieri, Oliveira, Carcereri, Correa, Tognoli e Freitas

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