Atenção Integral à Saúde da Mulher

Atenção integral à saúde da mulher no climatério e na menopausa

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Cuidados do profissional da equipe de saúde com a mulher no climatério e na menopausa

De acordo com Zampieriet al. (2007), são múltiplas as ações que precisam ser implementadas na Atenção Básica para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, a identificação precoce e o tratamento de doenças crônicas comuns e o manejo da sintomatologia climatérica.

Dentre essas ações, algumas merecem destaque e, para isso, preparamos uma lista com os cuidados que você, profissional da saúde, pode dispensar à mulher no climatério, lembrando que você e sua equipe ESF podem contar com o apoio dos profissionais do NASF:

a) Realizar a avaliação nutricional por meio do IMC e orientar dietas, ressaltando a importância da mastigação adequada;

Quadro 9: Dietas e alimentos relacionados

 

b) No período pós-menopausa, a mulher deve ingerir 1000 mg/dia de cálcio. Por isso, orientar que evite ingerir alimentos ricos em cálcio em conjunto com fibras vegetais, pois elas diminuem a sua absorção. Ainda, orientar ao uso de café e sal com moderação, uma vez que o sódio e a cafeína facilitam a excreção de cálcio;

c) Orientar a realização de exercícios, regulares, de baixo impacto, estando devidamente nutridas e hidratadas. Estimular atividades como caminhada, corrida, natação, ciclismo e outros exercícios, entre eles a musculação após avaliação médica;

Horário adequado para a caminhada é até as 10 h e após as 16 h, de preferência no sol, usando vestimenta e calçado adequados.

d) Orientar exercícios de Kegel para o reforço da musculatura do assoalho pélvico e a conservação de sua estática (BRASIL, 2008, p. 60);

e) Propiciar espaços de lazer e ocupações para mulheres nesta faixa etária. Orientar para a prática de atividades laborativas, como escultura, tear, pintura, tricô, para escutar músicas, dançar, conversar com as amigas, ler bons livros, atualizar-se, entrar em contato com outras gerações e aprender com elas;

f) Manter um ritmo de vida adequado. O importante não é tanto o número de horas de sono, mas a disposição com que se acorda;

Entende-se por ritmo de vida adequado hora para se alimentar e repousar.

g) Encaminhar ao especialista para identificar ou rastrear fatores de risco para doenças crônicas ou agravos e tratar, se necessário: doenças cardiovasculares; câncer de colo uterino, de ovário, de endométrio e de mama; hipertensão; hipotireoidismo; osteoporose; diabetes etc.;

h) Orientar para ficar atenta aos sinais que indicam doenças e depressão e procurar ajuda; encaminhar para psicoterapia, caso seja necessário;

i) Orientar sobre os riscos e benefícios da terapia hormonal, fitoestrógenos, fitoterápicos, homeopatia e acupuntura, indicações e contraindicações destes;

j) Orientar na perimenopausa com relação ao uso dos métodos contraceptivos – oral combinado ou com progesterona e injetável, DIU, métodos de barreira, camisinha feminina e masculina, espermicida, diafragma, anéis vaginais e os anticoncepcionais transdérmicos e implantes. Lembre que qualquer método deve estar associado ao uso de preservativo para evitar DST;

k) Informar que podem viver sua sexualidade. Viver com intensidade o prazer e a sua sexualidade, deixando de lado os tabus e as culpas. É necessário conversar com o companheiro, evitando conflitos conjugais, comuns nesse período, decorrentes do desconhecimento dele sobre as transformações inerentes ao climatério, e solicitar mais carinho, mais aproximação, mais companheirismo, para viver a sexualidade plenamente;

l) Encaminhar para os serviços de referência para avaliação, nos casos de indicação cirúrgica, doenças endócrinas, pulmonares, psiquiátricas (depressão), em busca de resolução do fator primário correlacionado, ou ajuste do tratamento.

Na Prática

No grupo de alongamento e relaxamento, Dona Maria procura o fisioterapeuta do NASF, referência para esse grupo, e relata estar sofrendo muito com calorões várias vezes ao dia, inclusive durante o sono. Relata também a redução da atividade sexual, devido à perda de interesse e dor na relação. Durante a conversa, o fisioterapeuta informa que essas situações podem estar relacionadas ao climatério e que muitas manifestações são esperadas. Informa que elas podem ser amenizadas com a adoção de algumas medidas e aproveita para fazer algumas orientações gerais, sugerindo também que ela procure a Unidade de Saúde para agendar um atendimento com o médico ou com o enfermeiro da ESF.

Essa situação demonstra como a equipe ESF/NASF precisa trabalhar de forma interdisciplinar e integrada para a busca do cuidado humanizado e integral.

E na sua equipe, como acontece este trabalho interdisciplinar? Os profissionais do NASF referenciam os casos para a sua equipe de Saúde da Família? E questões relacionadas a climatério são discutidas por toda equipe?

Carcereri, Santos, Tognoli, Oliveira e Freitas

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