Diagnóstico e tratamento
A detecção laboratorial do HIV é realizada por meio de técnicas que pesquisam anticorpos, antígenos, material genético (biologia molecular) ou que isolem o vírus (cultura). Os testes que pesquisam anticorpos (sorológicos) são os mais utilizados, para indivíduos com mais de 18 meses. O aparecimento de anticorpos detectáveis por testes sorológicos ocorre em torno de trinta dias após a infecção em indivíduos imunologicamente competentes.
Devido à importância do diagnóstico laboratorial, particularmente pelas consequências de se "rotular" um indivíduo como HIV positivo, o Programa Nacional de DST e AIDS, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, regulamentou os procedimentos de realização dos testes por meio da Portaria Ministerial n. 59, de 28 de janeiro de 2003, que devem ser rigorosamente seguidos, de acordo com a natureza de cada situação (BRASIL, 2003)
Diagnóstico diferencial: imunodeficiências por outras etiologias, como tratamento com corticosteroides. (prolongado ou em altas doses), tratamentos com imunossupressores (quimioterapia antineoplásica, radioterapia); algumas doenças como doença de Hodgkin, leucemias linfocíticas, mieloma múltiplo e síndrome de imunodeficiência genética.
Nos últimos anos, foram obtidos grandes avanços no conhecimento da patogênese da infecção pelo HIV e várias drogas antirretrovirais em uso combinado, chamadas de "coquetel", mostram-se eficazes na elevação da contagem de linfócitos T CD4+ e redução nos títulos plasmáticos de RNA do HIV (carga viral), diminuindo a progressão da doença e levando a uma redução da incidência das complicações oportunísticas, da mortalidade, e a uma maior sobrevida e à significativa melhora na qualidade de vida dos indivíduos. A partir de 1995, o tratamento com monoterapia foi abandonado, passando a ser recomendação do Ministério da Saúde a utilização de terapia combinada com duas ou mais drogas antirretrovirais.
Por esse motivo, recomenda-se a leitura de Recomendações para Terapia Antirretroviral em Crianças Infectadas pelo HIV-2004 e de Recomendações para Terapia Antirretroviral em Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV-2008, ambos distribuídos pelo Ministério da Saúde e Secretarias de Estado de Saúde para instituições que manejam tais situações de doença. "Não menos importante é enfatizar que o Brasil é um dos poucos países que financia integralmente a assistência ao paciente com AIDS, com uma estimativa de gastos de 2% do orçamento nacional" (PARANÁ, 2010, p. 1).
A equipe de saúde tem um papel importantíssimo no sentido de orientar a comunidade sobre a importância das medidas preventivas, assim como da necessidade de realizar o teste anti-HIV para detecção precoce da doença e tratamento adequado. A Atenção Básica, mediante as ações informativas/educativas desenvolvidas na comunidade e nas UBS, promoverá maior conscientização da população em relação às DSTs. Consequentemente, haverá uma busca mais precoce dos serviços de saúde pelos indivíduos com suspeita de DST e de seus parceiros, tornando as unidades de saúde verdadeiras portas de entrada do sistema de saúde, reduzindo, com isso, a automedicação ou a procura da resolução dos problemas de saúde em farmácias ou em outros locais da comunidade.
Agora, propomos uma reflexão da seguinte situação.
A intenção, nesses casos, não é a resolução imediata da situação, mas a promoção de espaços coletivos de discussão do problema, na perspectiva da corresponsabilidade, em que usuários e profissionais são responsáveis pela saúde da comunidade.
Assim, além de proporem ações de promoção da saúde e atividades direcionadas ao tratamento e à reabilitação das pessoas, a equipe pode evitar que outros problemas de saúde se instalem e prejudiquem ainda mais as condições de vida da população.
Na Prática
Você e sua equipe já propuseram ações de atenção integral à saúde dos usuários de drogas, sem culpabilizá-los por sua condição? Ponderem sobre os direitos em saúde desses usuários e sobre os preconceitos e discriminações que ainda persistem nos serviços de saúde.
Lembre-se: saúde é direito de todos!
Link
Clique aqui para conhecer melhor o Programa Nacional de Controle da Tuberculose.
Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda