Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2012), a tuberculose (TB) "é uma doença antiga, mas não é passado". Esse é um alerta para a situação de emergência global da tuberculose, enfermidade reemergente desde 1993, que é hoje a maior causa de morte por doença infecciosa em adultos.
Você deve se recordar dos cinco elementos que compõem a estratégia recomendada pela OMS: vontade política, garantia da baciloscopia, aquisição e distribuição regular de medicamentos, tratamento diretamente observado, sistema de informação. Levando em consideração esses cinco pilares, já fica fácil dimensionar a importância da Atenção Básica para o sucesso de tais metas.
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Que tal um exercício prático para retomar conceitos básicos e problematizar a situação de sua área de abrangência? Um bom início para esse exercício é rever informações básicas para profissionais de saúde, clicando aqui você tem acesso ao documento Glossário de doenças: tópicos de A a Z.
Vamos relembrar aqui também alguns tópicos sobre a tuberculose (TB):
seu agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK);
outras espécies de microbactérias podem produzir quadro clínico semelhante ao da tuberculose, o que exige a realização da cultura nos laboratórios de referência para efetuar o diagnóstico diferencial (especialmente para pneumonias, micoses pulmonares, como paracoccidioidomicose ou histoplasmose, sarcoidose e carcinoma brônquico);
embora na maioria dos casos de tuberculose as lesões se localizem nos pulmões, elas também podem ocorrer em diversos locais do organismo, como nos gânglios, rins, ossos ou meninges;
o diagnóstico é mais comumente feito por exame bacterioscópico (baciloscopia e cultura), mas também por método radiológico, prova tuberculínica ou anátomo-patológico (histológico e citológico);
o homem é o principal reservatório (não único) e, geralmente, a fonte de infecção é o indivíduo com a forma pulmonar da doença (bacilífero), com maior facilidade de eliminar bacilos para o exterior (uma pessoa pode infectar, em um ano, de 10 a 15 pessoas na comunidade);
a transmissão é direta, de pessoa a pessoa, principalmente por meio do ar, e o período de incubação é de, em média, 4 a 12 semanas até a descoberta das primeiras lesões. No entanto, é comum que novos casos de doença pulmonar só sejam descobertos após um ano da infecção inicial;
a doença pode não apresentar indícios ou sintomas simples e, por isso, pode ser facilmente ignorada por meses ou anos;
a tosse seca contínua que evolui para a presença de secreção, por três semanas ou mais, na maioria das vezes chegando a tosse com pus ou sangue, é um de seus sintomas;
outros dos seus sintomas podem ser cansaço excessivo, febre baixa (comumente à tarde), sudorese noturna, falta de apetite, palidez, emagrecimento acentuado, rouquidão, fraqueza e prostração;
a dor torácica e a dispneia ocorrem em casos graves, com aumento da hemoptise e alterações da pleura;
o período de transmissibilidade permanece enquanto o indivíduo adoecido estiver eliminando bacilos, sem o início do esquema terapêutico;
o tratamento ambulatorial reduz gradativamente a transmissão, após dias ou semanas, e elimina todos os bacilos tuberculosos por meio de uma associação medicamentosa adequada em doses e tempo (geralmente seis meses), o que exige supervisão pelo serviço de saúde (domiciliar, na unidade ou no trabalho). As drogas usadas são as isoniazida - H, rifampicina - R, pirazinamida – Z (tratamento básico - RHZ), estreptomicina - S, etambutol - E eetionamida - Et.;
a hospitalização só está indicada em situações de graves intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas, como em complicações, intolerâncias medicamentosas ou estado geral que implique sérios riscos.
Como a adesão do indivíduo ao tratamento dessa doença depende, entre outras coisas, do seu conhecimento sobre a doença, a equipe de saúde deve focar em esclarecer aos usuários a duração do tratamento prescrito, a importância da regularidade no uso das drogas, as consequências advindas da interrupção ou abandono do tratamento.
A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) e a Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC) são importantes instrumentos, já que propõem uma classificação de fenômenos de enfermagem, ações de enfermagem e resultados que possam descrever a prática. Elas podem ajudar a sistematizar o cuidado e uniformizar terminologias usadas pela profissão.
Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda