Atenção Integral à Saúde do Adulto

Obesidade e transtornos alimentares

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Considerações gerais e panorama atual sobre a obesidade

Diagnóstico e tratamento da obesidade

O Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi proposto inicialmente pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, estabelecido em 1990, após promulgação da Lei n. 8.080/1990 e da Portaria n. 1.156, publicada em 31 de agosto desse mesmo ano.

Todavia, esta composição deve ser analisada atenciosamente, uma vez que altos valores de peso corporal podem estar associados a uma massa muscular aumentada, como nos atletas de halterofilismo, ou a uma sólida constituição óssea, e não necessariamente a uma quantidade alta de tecido adiposo; lembrando que a obesidade é denominada pelo acúmulo de gordura corporal (GUEDES; GUEDES, 1998).

Inicialmente, para a obtenção de um parâmetro clínico de sobrepeso e obesidade, faz-se a relação matemática entre o peso e a altura da pessoa.

Para isto, usa-se o Índice de Massa Corpórea (IMC), que possui uma fórmula que relaciona o peso medido em quilogramas com a estatura medida em metros, sendo esta última elevada à segunda potência, conforme indicação a seguir.

IMC = Peso (kg) / Altura (m²)

Contudo, o cálculo do IMC é um tanto questionável, já que considera todos os componentes corporais citados anteriormente. Deste modo, se for usado para avaliação de crianças e adolescentes, deve-se levar em conta que esses estão em fase de crescimento e de alterações corporais. Além disso, não existe um parâmetro especial para idosos, diferentes etnias e estaturas corporais diversas.

A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2006) desenvolveu uma tabela que mostra as classificações para o sobrepeso com a intenção de auxiliar na determinação da obesidade junto aos resultados do IMC. Acompanhe.

Para classificar o nível de obesidade, é preciso uma avaliação integral da pessoa, em que as informações necessárias sejam coletadas formando um quadro situacional a partir do qual serão discutidas as estratégias de manejo em conjunto com a pessoa. Tal percurso tem início com a coleta de dados da história clínica, com informações acerca dos antecedentes familiares e dos aspectos socioculturais.

A avaliação é seguida de um apanhado direcionado à identificação do padrão alimentar e dos hábitos que colaboram para que a pessoa engorde.

Todas essas estratégias devem ser implementadas após ser estabelecido um pacto entre o profissional de saúde e a pessoa, com discussões que englobem a qualidade de vida do sujeito e a incorporação de atividades que proporcionem melhorias nas condições de saúde da pessoa. Sem este acordo entre as partes, possivelmente as orientações do profissional não provocarão mudanças, culminando com o insucesso da proposta (SEBOLD et al., 2007).

Aspectos psicológicos também devem ser considerados na atenção integral à pessoa com obesidade. Poucos casos de obesidade são causados por patologias endócrinas ou genéticas.

Estudos mostram que, em adultos, a obesidade causada pelo consumo excessivo de alimentos apresenta características psicológicas importantes, tais como: passividade e submissão, preocupação excessiva com comida, ingestão compulsiva de comida e drogas, dependência e infantilização, não aceitação corporal, medo de não ser aceito e amado, dificuldade de adaptação social, bloqueio da agressividade, dificuldade para absorver frustrações, insegurança, ansiedade, intolerância e culpa.

Deste modo, surgem os grupos de apoio à pessoa obesa, com propostas integrais de atenção a essa população. São espaços em que os indivíduos compartilham situações de vida semelhantes, suas experiências e dificuldades contando, muitas vezes, com o apoio nutricional e psicológico de profissionais de saúde.

Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda

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