Os padrões de envelhecimento biológico são afetados pela classe social, tipo de
trabalho, cultura, condições geográficas e climáticas, bem como pela carga genética
que cada indivíduo possui; porém tais condições não afetam o planejamento de
ações para atenção à saúde do idoso.

No Brasil, os idosos são, em sua maioria, de baixo nível econômico e educacional,
e com predominância do contingente feminino. Estima-se que 43% dos idosos
estejam inseridos em famílias cuja renda per capita é inferior a um salário mínimo.

Conhecer o perfil socioeconômico dos idosos brasileiros tem estreita relação com
o planejamento e a gestão dos serviços públicos de saúde, mas também, com a
organização das ações de saúde individuais voltadas a este público específico.

A promoção do envelhecimento ativo e saudável está relacionada à manutenção da
capacidade funcional, da independência e da autonomia dos idosos. A Saúde Bucal,
por sua vez, não contribui para o alcance da qualidade de vida dos idosos.

São de exemplos modificações morfofuncionais senescentes: mucosa bucal mais
fina e menos elástica, diminuição do fluxo salivar e perda da altura das cristas
ósseas alveolares, as quais podem influenciar diretamente o uso e a adaptação às
próteses odontológicas.

A errônea percepção do edentulismo como sendo algo natural ao envelhecimento e
o paradigma de que idosos não precisam de cuidados odontológicos são exemplos
de preconceitos que precisam ser vencidos por meio da informação.

Os idosos e seus familiares, médicos, enfermeiras, cuidadores e toda a equipe
devem estar cientes dos potenciais problemas odontológicos no idoso e da
importância da higiene bucal diária, principalmente à medida que as condições
debilitantes sistêmicas se agravam.

A perda dos dentes ou uma dentição comprometida, dores bucais e perda do
paladar podem forçar muitos pacientes idosos a alterar seus hábitos alimentares.
Assim, a escolha dos alimentos e a qualidade nutricional da dieta pode ser afetada
pela instalação de próteses parciais removíveis ou próteses totais, principalmente
quando mal-adaptadas ou com dentes artificiais gastos.

Saúde bucal e de saúde geral precisam ser aspectos separados no atendimento ao
idoso. Assim, cada núcleo de atuação profissional pode pensar e ações integradas
mais objetivas e eficazes.

A prevenção de doenças e a promoção de saúde não podem ser privilégio das
pessoas jovens. A atenção à saúde deve ocorrer em todos os níveis e idades. A
contradição é que, na medida em que o contingente de idosos brasileiros cresce,
a capacidade de absorção das demandas desta crescente população por parte do
setor público, decresce.