Évelyn Traina apresenta a fundamentação teórica Abortamento , incluindo o conceito, a etiologia, a incidência, os fatores de risco e as condutas clínicas a serem adotadas nos diferentes casos, os métodos utilizados, as possíveis complicações, o diagnóstico diferencial com outras intercorrências passíveis de ocorrer durante a gestação, os cuidados a serem tomados em relação ao Rh sanguíneo e os aspectos legais relativos ao assunto. A autora, baseando-se nos aspectos legais relacionados ao abortamento, esclarece que o caso de Maria do Socorro não se enquadra nas possibilidades em que o abortamento possa ser realizado de forma legal, pois a infecção pelo HIV não constitui risco para a mãe nem para o feto, pois existem maneiras seguras de tratamento e profilaxia da transmissão vertical, cabendo ao Estado promover o controle da doença na pessoa infectada e, consequentemente, diminuir a transmissão horizontal e vertical (leia mais em Gestação e HIV, de Felipe Favoretti Campanharo).
As condutas a serem tomadas nas consultas de pré-natal também são apresentadas no tema "Abortamento e Pré-Natal".
Em relação à transmissão horizontal, o documento "Recomendações para terapia antirretroviral em adultos infectados pelo HIV" (BRASIL, 2008) apresenta as recomendações do Ministério da Saúde para a abordagem da reprodução para pessoas que convivem com o HIV e para o uso da terapia antirretroviral para a redução da transmissibilidade, seja na profilaxia pós-exposição ocupacional ao HIV, seja na profilaxia pós-exposição sexual.
Em 2007, o Ministério da Saúde publicou o documento "Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e Terapia Antirretroviral em gestantes" (BRASIL, 2007), descrevendo de uma forma minuciosa todos os cuidados a serem tomados com as gestantes portadoras de HIV.
Cabe ressaltar que todas as gestantes infectadas pelo HIV deverão receber Terapia Antirretroviral (TARV), seja para tratamento materno (mães que apresentam sinais/sintomas da doença), ou para a prevenção da transmissão vertical do HIV.