Com seis filhos, era casada com um homem portador do HIV, cuja transmissão a ela, nefastamente, ocorreu num tempo em que ela não acreditava, ou não queria acreditar, que o companheiro pudesse ter outros relacionamentos. Encontrava-se agora, novamente, em atraso menstrual e com uma contagem do hormônio beta-HCG suficiente para que pensasse num procedimento que a aliviava e, ao mesmo tempo, a preocupava: o aborto(link).
Atualmente, com a família recém-chegada ao lugar, fazia serviços gerais em casas da vizinhança. Ela e o marido não completaram o primeiro grau, embora ela aparentasse ter tido mais alguns anos de estudo. Puderam alugar pequena e humilde casa, com dois quartos. Alguns filhos dormiam no mesmo quarto do casal. Casualmente, eram os que tinham sintomas sugestivos de asma persistente leve. Maria do Socorro dizia que eles faziam regularmente acompanhamento do HIV na cidade de origem, e que nunca precisaram usar antirretrovirais.
Aparentava boa reação emocional(link) ao HIV, reagindo(link) e enfrentando psicologicamente(link) bem o problema. Alegava cuidarem-se com preservativos, mas o rompimento de um deles anunciou a possibilidade do que mais temia. Passou, então, a fumar ainda mais do que já fumava: de 10 a 15 cigarros ao dia, passou a fumar de 20 a 30. Em certos momentos, percebia-se fumando, mas nem sabia como havia acendido o cigarro. Vez por outra, dois cigarros encontravam-se acesos ao mesmo tempo, o que a entristecia momentaneamente. Havia aprendido a fumar quando acendia cigarros a pedido do pai, com o qual era muito ligada e, embora soubesse que prejudicava a asma de dois de seus filhos, não conseguia largar o tabagismo(link).