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O distrito de Vila Santo Antônio localiza-se na zona rural de Cachoeira da Serra, na divisa com o município de Ouro Velho, e conta com uma população aproximada de 5 mil habitantes – com um grande contingente infanto-juvenil. O terreno é acidentado, com um declive de mais ou menos 30 metros, e seus limites geográficos se estendem até um córrego que o separa do bairro Vitória, no qual a população da Vila despeja seus dejetos. A comunidade surgiu há 27 anos, a partir da ocupação de 80 famílias advindas de outra vila da cidade. As famílias foram montando barracos com qualquer tipo de material (madeira, papelão, latão etc.). A fonte de renda delas vinha da venda de algumas hortaliças, ovos, galinhas e porcos que eram criados em casa.
O processo de ocupação da área não parou, e atualmente moram no local 1.230 famílias que passaram a ter como fonte de renda predominante a agricultura primária, sem recursos tecnológicos (as propriedades são em geral roças). Existe um pequeno comércio local (alguns bares e dois armazéns); não há escolas, apenas uma creche da prefeitura, e também não existe um lugar de lazer para os moradores.
O distrito, como a maioria das áreas rurais, é um local de difícil acesso e sem infraestrutura básica sanitária. Por ficar em zona de limites do município, é muito visado por criminosos em fuga ou foragidos do sistema carcerário. Nos últimos anos, têm crescido muito o uso e o tráfico de drogas, principalmente crack, na comunidade. A associação comunitária que havia foi desativada há cerca de quatro anos, por falta de participação. Vários candidatos políticos já prometeram ajudar a população da Vila Santo Antônio, mas tudo não passou de promessa.
A primeira Unidade Básica de Saúde, com equipe de Saúde da Família, foi criada há seis anos, num anexo da Associação de Moradores. Situada no meio da vila, numa casa sem as mínimas condições de abrigar um serviço de saúde – o esgoto não era canalizado e despejado na viela lateral de acesso à unidade; a única sala de consultório não possuía janelas, sua abertura se dava para dentro da pequena sala de espera, onde se acumulavam as pessoas que aguardavam pelo atendimento.
Há aproximadamente um ano, a prefeitura construiu uma nova sede para unidade de saúde, que fica próxima ao bairro Vitória. A atual estrutura é muito boa. A população da vila, porém, reclama da mudança, já que ficou mais distante para chegar ao posto (40 minutos a pé do local mais distante da vila) e porque, agora, o posto está sempre cheio de pacientes, moradores do bairro Vitória que começaram a frequentar a Unidade. Tais moradores são da área de abrangência da UBS Vitória, não coberta pela Estratégia Saúde da Família (ESF).
O bairro Vitória, de classe média baixa, tem moradores que, em sua maioria, possuem planos de saúde por meio das empresas em que trabalham. Há um predomínio de população idosa que está trazendo muitas demandas para a Unidade. A associação de moradores defende a inclusão do bairro no atendimento da Unidade de Saúde, alegando que a ESF deve atender a todos. A associação está levando um documento à Secretária de Saúde, reivindicando uma reorganização do território. Tal mudança acarretará um aumento de aproximadamente 900 famílias.
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