Iniciou-se a reunião de equipe abordando o caso de Jéferson (residente na Rua C, na microárea 2, de responsabilidade do ACS Leandro), um rapaz de 18 anos, usuário de drogas (sabidamente crack). Mora com a mãe, que trabalha como diarista. Jéferson tem roubado coisas de casa para comprar droga. Seus dois irmãos foram assassinados devido ao tráfico, e o pai deixou a família quando Jéferson tinha nove anos.

Há três semanas, Jéferson chegara à Unidade com queixa de dor abdominal, febre durante dois dias e urina escura. Dra. Joana suspeitou que fosse hepatite e solicitou alguns exames laboratoriais.

Na reunião, Dra. Joana e Dr. Érico revelaram preocupação quanto ao resultado dos exames e o estado das condições bucais, já que Jéferson não tinha retornado para novas avaliações.

O ACS Leandro disse que, da última vez que viu Jéferson, na semana anterior, tinha-o achado muito magro e verificou que ele estava tossindo muito. Na ocasião, pediu que o paciente fosse ao posto para saber o motivo da tosse. Dra. Joana comentou que poderia ser por causa do crack, mas também tinha que se pensar em tuberculose. Na comunidade, não há casos de tuberculose notificados há dois anos, o que é de estranhar, já que o município tem uma prevalência considerável. O último paciente foi o Sr. Alfredo, que faleceu sem completar o tratamento; e a família dele não procurou mais o posto.

A enfermeira Ana Lígia levantou a questão, dizendo que Jéferson viera à Unidade após ter sofrido um acidente, ao cortar a mão com uma lata. Ao chegar à Unidade, ele quis que a médica o atendesse logo, mas Ana o mandou direto ao hospital, explicando que aquilo não era caso para ser atendido na ESF. Dra. Joana, que não fora avisada da situação, disse que não concordava e que deveria existir material no posto para esses casos. Os agentes de saúde seguiram a ideia da enfermeira, dizendo que o papel da ESF era somente prevenção e promoção da saúde.