Aula 4 Saúde do Trabalhador e Saúde Ambiental na Estratégia Saúde da Família
Tópico 03 Vigilância da Saúde do Trabalhador e em Saúde Ambiental



A territorialização em saúde também constitui um poderoso instrumento para as ações de vigilância da saúde na Estratégia Saúde da Família, pois, com base no conceito ampliado de saúde, identifica as necessidades de saúde do território, as quais amplia o olhar para os problemas dos processos produtivos para o ambiente e a saúde.

É válido ressaltar que a identificação dos problemas de saúde em um dado território requer ações intersetoriais para a sua resolução.

Observação

Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha com a concepção da vigilância em saúde como a união das vigilâncias epidemiológica, sanitária, do trabalhador e ambiental. Esse processo, orientado pelo paradigma que correlaciona produção/trabalho, ambiente e saúde e pela pressão de setores dos movimentos sociais, começa a desenhar possibilidades de ação integrada nesses campos e tem sido seguido por estados e municípios no país.

É cada vez mais enfatizada a necessidade e a importância da atenção básica, em especial a Estratégia Saúde da Família, realizar ações de vigilância em saúde.

Conhecimentos e técnicas da Epidemiologia, do Planejamento e das Ciências Sociais são utilizados para articular um conjunto de ações destinadas a controlar os determinantes da saúde da população, que vive em um dado território, na perspectiva da integralidade e a abordagem individual e coletiva dos problemas de saúde.

Dias et al (2009) colocam como ações de vigilância em saúde ambiental e em saúde do trabalhador na atenção básica segundo as normas vigentes em 2009:

a)   Mapeamento das atividades produtivas desenvolvidas no território para apoiar o planejamento de ações promoção da saúde (antecipação); vigilância sanitária e epidemiológica e adequação da assistência;
b)   cadastramento da população adscrita no território considerando a ocupação exercida (preenchimento Ficha A);
c)   participação na vigilância de ambientes e processos de trabalho, para identificação das situações de risco e definição de medidas de correção ou mitigação;
d)   participação na vigilância da saúde de trabalhadores expostos a situação de risco e investigação epidemiológica;
e)   orientação dos trabalhadores.

Ações de promoção da saúde e prevenção


As ações voltadas para as questões de saúde ambiental e de saúde do trabalhador devem buscar prioritariamente ações de promoção da saúde e prevenção, realçando, desta forma, o controle dos riscos ambientais e a melhoria das condições do meio ambiente e da saúde das pessoas.

Isso significa, ao mesmo tempo, um dilema e um desafio permanente da saúde pública desde a sua criação: o fato de que a saúde se realiza, fundamentalmente, fora do setor saúde. O complexo processo saúde/doença que culmina por levar determinada população à rede assistencial, seja ela pública ou privada, é revestido de inúmeros condicionantes “externos” que moldam o ambiente ao redor das pessoas.

A maioria das ações de promoção e prevenção não é de responsabilidade e competência exclusiva do setor saúde e envolve muitos outros setores do governo e da sociedade como um todo para a sua implementação. Por isso, o tema das ações intersetoriais vem ganhando importância crescente à medida que novas estratégias de promoção são desenvolvidas.




O setor saúde passa a ter aqui o papel de identificador de situações de risco, mobilizador e articulador, cujos estudos que relacionam trabalho, saúde e ambiente influenciam significativamente a sensibilização e a argumentação para as decisões do governo e da sociedade como um todo.

Essa aula foi importante para você perceber as possibilidades e os desafios de realizar ações de Saúde do Trabalhador e de Saúde Ambiental na Estratégia Saúde da Família. Esperamos que você seja capaz de assumir esse compromisso para, assim, fortalecermos esses campos no SUS e possibilitar melhoria na qualidade de vida da população.