Mais recentemente, após a aprovação do uso medicinal da Cannabis em 18 estados norte-americanos e a legalização plena em dois (Colorado e Washington) após plebiscito em 2012, acelerou-se o questionamento do sistema vigente e o presidente Pepe Mujica, do Uruguai, passou a defender a legalização e estatização da produção e do comércio de maconha no país. O ex-presidente do México, Vicente Fox, chegou a defender que o seu país se torne um exportador legal de maconha e declarou que ele próprio, como fazendeiro, gostaria também de plantar e participar desse negócio.

Vivemos o momento histórico de mudança de um paradigma, quando o velho sistema ainda não foi desarticulado, mas já demonstra sua insustentabilidade. Por outro lado, as novas formas de regulamentação internacional ainda não estão definidas e é objeto de disputas qual será o tipo de empresa, se públicas ou privadas, com qual sistema de tributação e, principalmente, com qual novo quadro internacional de tratados e normas reguladoras.

O negócio da maconha terapêutica legal na Califórnia, por exemplo, já é maior que qualquer outro agronegócio e grandes executivos e empresários estão em vias de passar a investir no mercado de maconha, que tende cada vez mais a se tornar um produto normal do comércio, como uma commodity (mercadorias cotadas e negociadas em bolsas).