Como diz o psiquiatra Gabor Maté, quem tem uma dependência, em geral não tem nessa prática uma doença em si mesma, mas ela é muito mais uma tentativa de remediar um problema mais de fundo, que pode ser um sofrimento psíquico, um trauma infantil ou a condição de desassistência, abandono e desamparo dos muito pobres.
A droga que uma pessoa consome não é exatamente a sua doença, mas muitas vezes o remédio improvisado de quem sofre e busca amenizar suas dores. É preciso identificar e sanar as origens dos problemas em cada pessoa, por meio da assistência e da adesão voluntária a tratamentos. O tratamento coercitivo, forçado, raramente consegue resultados duradouros, pois são impostos contra a vontade e às vezes até mesmo com restrições e castigos físicos que só pioram e aprofundam a revolta e os traumas dos usuários problemáticos.

Os estudos têm demonstrado que os tratamentos ofertados às pessoas com problemas decorrentes do consumo de álcool e outras drogas obtém sucesso com a adesão voluntária, e há uma enorme parcela de usuários que não querem ou não precisam ser tratados. Políticas de drogas que enfatizem a prevenção e a educação devem ter esse fato em vista para não construir generalizações indevidas, nem estigmatizações perniciosas.
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