A expressão “pessoas que usam drogas” exige que as discussões, sejam elas clínicas ou de formulação de políticas de saúde, incorporem a dimensão do humano e da garantia de direitos. Não se pode, de maneira nenhuma, torná-las invisíveis, reféns de intervenções autoritárias ou restringir sua participação na construção de estratégias de saúde relativas a sua situação.

Diante dessa situação, é preciso retomar a recomendação de que cada caso é um caso. Essa simples e básica definição nos coloca de volta a um patamar de escutar, acolher e avaliar cada pessoa que tem necessidades de saúde relacionada ao consumo de drogas. E, cada vez mais, é importante que tenhamos a clara noção de que estamos nos referindo a pessoas. A pessoas que usam drogas.

A diversificação do perfil dos serviços de saúde e de suas finalidades convocam justamente ao trabalho conjunto, em rede, para atuar em benefício das pessoas que usam drogas. Até porque, se existe apenas uma alternativa e ela falhar, não há o que fazer ou repete-se a mesma intervenção. Porém, se se pode contar com vários recursos, as possibilidades de cuidado e de sucesso aumentam. Por isso, é necessário avaliar adequadamente a implementação dos serviços previstos na RAPS, como Centros de Atenção Psicossocial, as Unidades de Acolhimento, os Consultórios na Rua, as Equipes de Saúde da Família, os Leitos em Hospital Geral, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família, entre outros.