Estes temas estão sendo discutidos pela sociedade brasileira de forma mais aprofundada nos últimos anos. Uma das possibilidades de acesso às formas de compreensão e das percepções de grupos populacionais sobre este tema é através das representações sociais. Este conceito, segundo Moscovici (1978), é entendido como uma forma de conhecimento que é elaborado cotidianamente pelo indivíduo e que tem, ao mesmo tempo, origem e consequência na produção de comportamentos e na comunicação entre indivíduos.
É interessante avaliar a compreensão e a representação que os diferentes segmentos da sociedade brasileira dão, por exemplo, ao uso de substâncias psicoativas. Há uma clara distinção entre as substâncias lícitas e ilícitas, fortalecendo cada vez mais a oposição entre drogas legais e ilegais.

Essas compreensões reduzem as possibilidades de realizar um debate mais racional sobre o tema das substâncias psicoativas de uma forma geral e que leve em consideração constatações reais de que um mundo sem drogas – lícitas ou ilícitas – não será possível construir.