Como já vimos em outros módulos de nosso curso, o uso de drogas sempre esteve presente em todas as culturas ao longo da História. Substâncias psicoativas (capazes de alterar as sensações, a consciência e o estado emocional dos sujeitos), sempre foram usadas por diferentes sociedades com finalidades tanto medicinais quanto religiosas, recreativas ou hedonistas (puro prazer).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OPAS, 2001) há uma tendência mundial em direção a um uso cada vez mais precoce dessas substâncias pelos indivíduos, indicando que cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo contemporâneo faz um consumo abusivo de substâncias psicoativas.
Como sabemos, embora a grande maioria dos usuários de álcool e outras drogas não agreguem muitas complicações/problemas em suas vidas, em função de seu uso, muitas pessoas desenvolvem problemas, especialmente agravos à saúde, em decorrência do seu uso de drogas. Algumas muito graves e muito vulneráveis. Cabe ao poder público cuidar destes agravos. A redução de danos é ferramenta que amplia nossa possibilidade de cuidar.

As ações da Redução de Danos são centrífugas e buscam aproximar-se do usuário de drogas no lugar onde eles se encontram - nas ruas, bares, nas “bocas de fumo” (locais de venda e consumo), pontos de prostituição, nas comunidades onde residem, entre outros locais. Desde que passou a ser adotada pelo Ministério da Saúde, em 1994, observa-se, por exemplo, uma forte mudança no perfil da epidemia da AIDS, no Brasil. Naquele ano, 21,4% dos casos de AIDS notificados no país tinham relação direta ou indireta com o uso de drogas injetáveis. Em 2006, essa relação foi 9,8%. Nesse período, o número de casos da doença em usuários de drogas injetáveis (UDIs) caiu 70%. Em 1995, foram notificados 4.661 casos. Em 2005, foram 1.418 casos conforme dados do Boletim Epidemiológico do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.