O desafio colocado para os serviços de saúde mental é fundamentalmente participar da vida social, do contexto dos acontecimentos de sua comunidade, o que exige que as relações sejam marcadas pela noção de pertencimento.
Estimular o protagonismo de usuários e familiares, disponibilizar o serviço para o uso pela comunidade, aproveitar os encontros para a realização de assembleias, em que todos possam se manifestar e se comprometer, fomentar o funcionamento de grupos que questionem o modo de operar dos serviços de saúde, garantir um modelo de gestão participativa são estratégias que se opõem ao progressivo empobrecimento da eficácia dos recursos institucionais, à adoção de modelos fechados e auto reprodutivos de intervenção.
Reflexão
Não devemos esquecer que a participação dos usuários é algo recente e parte essencial da construção do SUS. Trata-se de um exercício cotidiano que ultrapassa os espaços formais destinados à participação dos usuários e familiares. É um componente que marca a maneira de se relacionar e, portanto, possibilita que os “lugares” sociais dos sujeitos seja revista, reprocessada, atualizada. Qual a sua opinião a esse respeito?
Como dissemos, consideramos importante o desafio de participar da vida social, conhecer os recursos dos territórios, suas particularidades, sua formação histórica (clique na palavra). Assim teremos mais condições de vislumbrar a integração de muitos campos da vida, e não apenas de se ocupar em tratar da “doença”. O centro do processo de cuidar é o sujeito em cuidado, não sua doença ou seu uso de drogas.
Lembremos que a emancipação de grande parte dos municípios do Brasil é recente e que boa parte das regiões periféricas compunham regiões com características rurais há 50, 60 anos atrás.
