Como “curadores feridos”, essas famílias produzem efeitos no primeiro nível de mútua ajuda: no empowerment (VASCONCELOS, 2003). São grupos que apresentam autonomia a qualquer direção de política pública e um programa próprio de recuperação, que convida os familiares a “viver e deixar viver”, como referência de que também são sujeitos de reabilitação e não só aquele que faz uso de drogas. Mormente seus membros são mulheres que chegam aos grupos pedindo “ajuda para o usuário”, dado sua dificuldade de se considerarem sujeitos também de cuidados. Esses grupos familiares precisam ser mais conhecidos e estudados a fim de identificar suas contribuições e limites no cuidado de familiares de usuários de drogas.

Reflexão

Você conhece grupos, a exemplo dos citados, disponíveis aos familiares em seu território de atuação? É possível uma ação conjunta? De que maneira?

Vale lembrar, também, que alguns serviços de saúde contavam com atendimentos, orientações e reuniões para familiares, o que foi intensificado pela Portaria 336/2002 (BRASIL, 2004a) que prevê no projeto terapêutico dos serviços: “d) visitas e atendimentos domiciliares; e) atendimento à família; f) atividades comunitárias enfocando a integração do doente mental na comunidade e sua inserção familiar e social” (BRASIL, 2004a, p.134).

Reflexão

O que deve mudar com a construção da RAPS? Qual será o lugar da atenção à família nesta rede?