A família é uma instituição histórica, cultural, política e social, tendo, comumente, conformações distintas em diferentes sociedades e contextos, sendo afetada pelas distintas condições sociais. É influenciada pelas condições históricas em que existe e se desenvolve, mas, pode influenciar na construção de várias determinações históricas. Ou seja, é assujeitada, mas também é sujeito do processo histórico.

Há diferentes configurações de família, conformando famílias, no plural, moldando diferentes desenhos, significados e modos de viver neste grupo, bem como diferentes estilos de vida e valores.

Reflexão

Você sabe quem são as famílias com necessidades decorrentes do consumo de álcool e outras drogas em seu território? Sabe como este sofrimento se instalou? O que, para estas famílias, é motivo de maior sofrimento? Como estão lidando com isso?

Há eventos que ocorrem nas famílias que são imprevisíveis, não esperados no desenho traçado, planejado para e pela família moderna, para seus integrantes, tais como: mortes acidentais, por exemplo, no trânsito, assassinatos, suicídio, prisões, violências físicas, psíquicas e sexuais, e dentre tantos outros, problemas decorrentes do uso de drogas.

Estudos tais como o de Melman (2001) mostram que os familiares estão despreparados para enfrentar muitas situações que ocorrem em seu seio, tais como a existência de uma pessoa com transtorno mental e/ou uso de drogas. Mas, ao despreparo se associa um maior estresse quando o problema/situação limite é reprovada socialmente, como no caso da “dependência química”, eivada de leituras moralizantes, que culpabilizam e criminalizam o usuário.

O usuário de drogas é discriminado, apontado socialmente como “sem vergonha”, “sem caráter”; “malandro”; “bandido” dentre outros.

A discriminação tende a ser extensiva para seus familiares, o que pode comprometer sua relação com a comunidade e com os serviços de saúde.