Lidar com pessoas com dependência de drogas – muitas vezes em situação de grande vulnerabilidade e desfiliação social - é um desafio, principalmente porque acabam tendo pouco acesso aos serviços de saúde. Assim, é crucial estabelecer um processo de busca ativa, acolhimento, vínculo e acompanhamento sistemático, de maneira a estabelecer uma relação de confiança, construindo com o sujeito outras perspectivas possíveis, ajudando-o gradualmente a se responsabilizar por suas escolhas.

A noção de temporalidade revela-se, em geral, alterada em pessoas que apresentam relação de dependência com drogas (SILVEIRA, 1995).
A noção de temporalidade revela-se, em geral, alterada em pessoas que apresentam relação de dependência com drogas (SILVEIRA, 1995).
Considerando as premissas de uma Clínica que se pretende psicossocial, é importante possibilitar que o sujeito expresse seu sofrimento, mas precisamos aprender a lidar com o que ele nos provoca. É fundamental ter clareza do que pretendemos com esse usuário: resolver seus problemas de maneira onipotente ou ajudá-lo a construir suas próprias soluções? Às vezes, achar que temos a solução da vida alheia pode ser uma maneira de aliviar nossa própria angústia, desencadeada pelo sofrimento do outro. Mas será que isso ajuda a outra pessoa a responsabilizar-se pelo seu processo terapêutico?