Danrley e Darlene
Eliana Campos Leite Saparolli
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Puericultura

A discussão proposta para esta temática está contida no diálogo que ocorre entre os membros da equipe de saúde durante o horário do almoço. A Agente Comunitária de Saúde Rosalina comenta que é dia de puericultura e diz ser cansativo mensurar o peso, a altura e o perímetro cefálico de todas as crianças que serão atendidas. A auxiliar de enfermagem Cleonice acrescenta o quanto incomoda o fato de as crianças urinarem ao tirar a fralda delas. Já a enfermeira Rita comenta que repete sempre as mesmas orientações em todas as consultas. Acrescenta que, se pudesse, ligaria um gravador e o deixaria repetindo na sala. Ao ouvir todas elas, Dr. Felipe diz que, embora essas profissionais e ACS reclamem, ele percebe o quanto elas se alegram quando essas crianças chegam à unidade. E a partir daí todos riem.


Sabe-se que a puericultura efetiva-se pelo acompanhamento periódico e sistemático das crianças para avaliação de seu crescimento e desenvolvimento, vacinação, orientações aos pais e/ou cuidadores sobre a prevenção de acidentes, aleitamento materno, higiene individual e ambiental, bem como pela identificação precoce dos agravos, com vistas à intervenção efetiva e apropriada. Para isso, demanda a atuação de toda a equipe de saúde multiprofissional que assiste a criança e sua família, por meio de consulta de enfermagem, consulta médica, grupos educativos e visitas domiciliares.

O crescimento do ser humano é um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida, considerando os fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e órgãos. É considerado um dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão de sua estreita dependência de fatores ambientais, tais como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais com a criança e de higiene, condições de habitação e saneamento básico e acesso aos serviços de saúde.


Dilly Lama

A velocidade de crescimento pós-natal é particularmente elevada até os cinco primeiros anos de vida, principalmente nos dois primeiros anos. Este é, portanto, o período mais vulnerável aos distúrbios de crescimento. Essa grande vulnerabilidade biológica faz com que seja extremamente importante o acompanhamento sistemático do crescimento da criança até os cinco anos de idade.

A avaliação periódica da saúde da criança permite o acompanhamento do progresso individual, identificando aquelas de maior risco de morbimortalidade, sinalizando o alarme precoce para a desnutrição e a obesidade, causa básica da instalação ou do agravamento da maior parte dos problemas de saúde infantil. Esse monitoramento do crescimento também possibilita o incentivo ao aleitamento materno exclusivo e a orientação adequada da introdução da alimentação complementar, prevenindo problemas comuns durante o primeiro ano de vida.

Cada atendimento realizado no serviço de saúde, independente da queixa ou doença que o motivou, deve ser tratado como uma oportunidade para uma ação resolutiva, de promoção da saúde, com forte caráter educativo.


Bibliografia consultada

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. (Série Cadernos de Atenção Básica; 11 – Série A Normas e Manuais Técnicos).
  2. FUJIMORI, E; BORGES, A. L. V. Avaliação do crescimento. In: FUJIMORI, E.; OHARA, C. V. S. (Org.). Enfermagem e a saúde da criança na atenção básica. Manole: Barueri-SP, 2009, p.121-151.
  3. RICCO, R. G. et al. Atenção à saúde da criança e Puericultura. In: ______. (Org.). Puericultura. Princípios e Práticas: atenção integral à saúde da criança. São Paulo: Atheneu, 2000, p. 1-4.
Especialização em Saúde da Família
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