Minayo (2005) comenta que a noção do masculino como sujeito da sexualidade e o feminino como seu objeto é um valor de longa duração da cultura ocidental.

Destaque
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Neste sentido, constata-se que os homens representam um papel relevante na violência brasileira, como pessoas em situação de risco de sofrer violência e como os principais autores de agressões. No entanto, a despeito dessa relevante associação entre masculinidade e violência, não se conclui que ser homem é ser violento, pois outros modelos de masculinidade coexistem com os mais tradicionais. Além disso, é fundamental considerar as singularidades de cada um, bem como os contextos etários, socioeconômicos, de raça e etnia.

Na construção dos padrões de masculinidade da sociedade brasileira, predominam nos discursos dos homens as referências tradicionais do que é ser um homem - sinônimo de agressividade e de descontrole sexual -, o que acaba por produzir esquemas de comportamentos.

Ao verificar formas hegemônicas de masculinidade, como a dominação, a força e a subordinação, que se estabelecem nas relações homens-homens, mulheres-mulheres e homens-mulheres, deve-se considerar que há formas explícitas, como a violência física, e outras mais invisíveis, como a violência simbólica, entre outras violações de direitos nas relações entre gêneros.

Neste cenário também se considera a violência contra os homens, praticada por mulheres e por outros homens, além daquela que aprisiona os homens na própria concepção de masculinidade e virilidade.