É importante falarmos aqui da necessária tarefa, em termos institucionais, da educação continuada dos profissionais que atuam junto às famílias em situação de violência no contexto da atenção à saúde, em termos de uma sensibilização e instrumentalização para melhor acolher a família e seus integrantes, principalmente, para não cair na armadilha de revitimizá-los e assim sustentar o complô do silêncio que envolve o tema da violência familiar (RAVAZZOLA, 2005; MORÉ, 2014; FUSTER, 2002).
É consenso entre os estudiosos do tema, que o profissional de saúde, além de aprender novos conhecimentos e técnicas, precisa ter clareza de suas crenças e valores, de sua conduta ética e principalmente, questionar-se acerca do que
pensa sobre violência e a sua tolerância.
É necessário estarmos cientes da realidade complexa e multifacetada que desafia cotidianamente os profissionais de saúde, um destes aspectos é a violência que, enquanto fenômeno, encontra no contexto familiar um campo de expressão máximo, deixando marcas visíveis ou invisíveis em todos os seus integrantes (MORÉ, 2014).
Que por sua vez, afeta decididamente o profissional e sua formação, colocando também em xeque o conjunto de crenças e valores que fundamentam sua história de vida em termos pessoais. Nesse sentido, é importante construir, em termos profissionais, recursos de enfrentamento, que permitam uma diferenciação com nossa história pessoal.