Esse sentido de valorização dos sujeitos configura-se como um dos eixos fundamentais para o debate sobre políticas públicas voltadas a situações de violência, pois se colocam em foco os valores que balizam o olhar sobre a realidade das relações violentas e os princípios que sustentam as escolhas políticas e a estruturação das práticas de saúde no enfrentamento dessa realidade.
Para pensar a realidade das práticas de saúde, a PNH aponta para um processo de criação que envolve três dimensões: ética, porque implica a mudança de atitude de usuários, gestores e trabalhadores de saúde em direção à corresponsabilização pela qualidade das ações e dos serviços; estética, por se tratar do processo de produção de saúde e de subjetividades autônomas e protagonistas; política, porque diz respeito à organização social e institucional das práticas de atenção e gestão na rede do SUS (SANTOS FILHO, 2009).
Com a constatação de que o SUS está em construção – portanto, em movimento – e que há um SUS que dá certo, mas também apresenta grandes fragilidades e desafios a serem enfrentados, surgiram os princípios, o método, as diretrizes e os instrumentos de ação, os denominados dispositivos da PNH.