Na condição de política transversal no âmbito do SUS, a PNH se apresenta como um potente instrumento para pensar políticas e ações de atenção às pessoas envolvidas em situações de violência. Tais situações requerem sensibilidade e capacitação por parte das equipes de saúde na abordagem de problemas como o da violência intrafamiliar (criança, mulher e idoso) e na questão dos preconceitos (sexual, racial, religioso e outros), buscando tornar as práticas de saúde humanizadas.

Ainda que modesta, observamos a preocupação da PNH em incluir a questão da sensibilização das equipes de saúde frente às situações de violência e em salientar a importância de oferecer um ambiente acolhedor e com privacidade para atender às pessoas que procuram as unidades de saúde.

Estudos apontam que a fragmentação e os processos de trabalho sem a participação dos trabalhadores de saúde e usuários dificultam as relações entre os diferentes trabalhadores dessa área e entre estes e os usuários.

Além disso, interferem no trabalho em equipe, assim como no preparo para lidar com as questões sociais e subjetivas presentes nas práticas de atenção à saúde.

O que geralmente ocorre é um atendimento acompanhado de modos de atenção baseados apenas na relação queixa-conduta, tornando automático o contato entre trabalhadores e usuários e fortalecendo a valorização somente na doença.

Desse modo, não se estabelece o vínculo com acolhimento, tão fundamental e que permite, efetivamente, a responsabilidade pelas ações de saúde.