A Finitude, a Perspectiva da Morte e os Cuidados Contínuos


Um aspecto importante na atenção à saúde do idoso é a perspectiva da morte, que faz parte da vida de todos nós e, mais intensamente, da história de vida dos idosos. Por exemplo: aos 75 anos de idade, 63% das mulheres tiveram a experiência da morte de seus cônjuges e 20% dos homens perderam suas esposas (ELIOPOULOS, 2005).

A experiência de perder familiares e amigos, muitas vezes, provoca o medo da morte nas pessoas mais velhas. Este medo tem características multidimensionais e a religiosidade constitui-se em um ponto de apoio externo significativo. Fatores como a etnia, o sexo, a idade e o status socioeconômico influenciam o controle que os indivíduos são capazes de manter sobre o medo da morte, sua ou do outro (POTTER; PERRY, 2005).

O envolvimento pessoal e profissional com os processos de nascimento e morte está relacionado com nossa própria história de vida, sobretudo, com as experiências da família com a morte no passado, e no presente.

Os sentimentos e as atitudes em relação ao processo de viver, os significados atribuídos à morte em nossa cultura, mostram que as crenças religiosas e/ou espirituais, a nossa filosofia de vida, a idade e o estado de saúde das pessoas, são múltiplos e complexos os aspectos que afetam o processo de morte.

O Enfermeiro na atenção básica precisa investigar, cuidadosamente, as crenças e os valores da família do idoso sobre o processo de morrer, conhecendo experiências anteriores, discutindo com a família as necessidades de apoio espiritual, psicológico e outros que possam auxiliar na vivência do luto pelas perdas. O vínculo desse profissional com a família deve ser tal que o possibilite de mostrar-se disponível e próximo para proporcionar o apoio à família.

Os desejos pessoais dos familiares precisam ser respeitados. Deve-se ter cuidado para não julgar as reações da família, com base em suas próprias crenças e valores.

É importante encorajar os familiares e amigos a expressarem seus sentimentos de luto e de tristeza abertamente, pois isto pode ajudar a superar os sofrimentos em relação à morte.

Precisa-se ficar atento aos familiares no período pós-morte. Estudos demonstram índices mais elevados de mortalidade durante o primeiro ano de viuvez, por exemplo.

Assim, as intervenções de enfermagem, neste período, devem considerar as ameaças potenciais ao indivíduo enlutado, buscando articulação com redes de apoio familiar e social (visita de um membro da igreja, uma assistente social, etc.), que possam acompanhar as semanas subsequentes à morte, evitando que as emoções negativas provoquem adoecimento ou agravem problemas já instalados.

Clique e confira algumas recomendações:

O critério definidor para a internação do idoso em uma instituição de cuidado contínuo, normalmente, depende da relação entre a necessidade de cuidados intensivos do idoso e a capacidade familiar de oferecer tais cuidados.

As instituições de cuidado contínuo ou de longa permanência já foram consideradas como espaços inadequados para as práticas de cuidado. Atualmente têm sido revistas como ambientes complexos e dinâmicos, oferecendo unidades de cuidado subagudo, onde disponibilizam cuidados de ventilação, hiperalimentação e outros serviços, antes restritos aos ambientes hospitalares. Alguns destes serviços, aliás, estão vinculados física e organizativamente a hospitais, funcionando, algumas vezes, como hospital-dia.

Chegamos ao final desta etapa de estudos, quando vimos como é importante o fato de o Enfermeiro conversar sobre uma questão tão importante que é como lidar com a morte. Um diálogo pode ser de muita ajuda!

Também vimos orientações que podem ser dadas quando o idoso segue para uma unidade de cuidados contínuos, um novo ciclo em seu viver, para manter-se saudável e com as melhores perspectivas.

Saiba Mais:

Para mais informações sobre as normas de funcionamento de Instituições de Longa Permanência no Brasil, sugerimos as seguintes leituras:

BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Portaria nº. 73 de 10 de maio de 2001. Normas de funcionamento de serviços de atenção ao idoso no Brasil. Brasília, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 283, de 26 de setembro de 2005. Regulamento Técnico que define normas de funcionamento para Instituições de Longa Permanência para Idosos, de caráter residencial. Diário Oficial da União, Brasília, 27 set. 2005.

Agora, vamos colocar em prática os conhecimentos aprofundados nesta etapa!

Bom aprendizado!

Créditos
Martini, Mello