Na Estratégia Saúde da Família, o trabalho em equipe mostra-se fundamental para a integralidade das ações e construção de uma concepção ampliada de saúde.
Mas, como é possível definir e conseguir realizar um bom trabalho em equipe?
Segundo Mucchielli (apud MEIRELLES, 1998), o trabalho em equipe inclui a relação entre as diversas áreas do conhecimento que complementam as informações do quadro de saúde.
Clique a seguir e confira as características de uma equipe:
Assim estruturado, no caso particular da saúde, o trabalho de equipe permite integrar a compreensão dos aspectos biológicos, psíquicos, emocionais, sociais, políticos, econômicos e outros, e a formação da visão de totalidade do sujeito, necessária para as decisões sobre como, quando, onde e quem conduzirá, de forma efetiva e eficaz, as intervenções necessárias.
O trabalho em equipe, como parte do projeto terapêutico, deve ser de natureza interdisciplinar.
A equipe, trabalhando no âmbito da saúde mental, estende suas relações para incluir, ao máximo, os usuários. O usuário, sempre que possível, deve participar, em todos os níveis, do trabalho que se dirige à sua saúde mental e à de seus familiares e de sua comunidade. Esta inclusão carrega, em si, um potencial terapêutico. Além disso, a participação do usuário, ao trazer experiências singulares de vida e de relações, enriquece o trabalho da equipe. Por isso, o trabalho de equipe aplica-se tanto nos planos de tratamento individual, familiar ou em grupo. Muito do trabalho em equipe, hoje, materializa-se na estratégia de matriciamento. Para obter mais detalhes sobre esta estratégia, clique e confira:
Reflexão:
Afinal, quais demandas devem ser absorvidas pela ULS e quais devem ser encaminhadas para especialistas?
Será que inapetência, insônia e pensamentos sobre morte são sinônimos absolutos de um transtorno depressivo?
Será que todo processo de luto pela perda de um ente querido requer um atendimento especializado?
Será que toda pessoa excitada com uma visão reformista do futuro deve ser classificada como hipomaníaca?
Nem todo comportamento de fundo depressivo, nem todo sofrimento emocional e nem toda excitação afetiva requer tratamento medicamentoso e especializado. Mas estas e outras questões podem ser colocadas, na prática, perante o profissional de saúde, que tem que respondê-las, caso a caso.
O apoio matricial pode ser fator determinante no processo de referência para serviços especializados. Sabe-se que os serviços especializados não possuem capacidade para atender à demanda total encaminhada, o que acaba gerando desconforto para o usuário que, muitas vezes, fica sem assistência. Esta incapacidade gera, ao mesmo tempo, uma enorme angústia no profissional da ULS que, muitas vezes, não vê o usuário chegar ao serviço especializado e não tem o suporte técnico necessário para o acompanhamento dos casos de saúde mental.
Desta forma, o matriciamento se constitui numa estratégia para dar suporte às equipes da ESF que visam à ampliação da abrangência das ações da AP, bem como sua resolubilidade. Visam, ainda, a instituir a plena integralidade do cuidado físico e mental dos usuários do SUS por intermédio da qualificação e complementaridade do trabalho das equipes de Estratégia Saúde da Família.
Lei:
Convergente ao matriciamento, embora não seja uma estratégia especifica para a saúde mental, foram criados os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), através da Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008 (BRASIL, 2008). Um NASF é composto por, no mínimo, três profissionais de nível superior de ocupação não coincidente – NASF I, ou por cinco profissionais de nível superior de ocupação não coincidente – NASF II.
O NASF é, portanto, uma estratégia de integralização do cuidado, trazendo a discussão dos problemas ligados à saúde mental por meio de uma equipe não especializada para o trabalho de profissionais em ambientes não especializados.
Assim, encerramos o conteúdo deste estudo, siga para a autoavaliação e verifique seu aprendizado: