Tendo como referência a psicologia grupal, a importância do planejamento reside nas bases que se estabelecem para a expressão da dimensão subjetiva individual.
Considera-se que toda pessoa que participa de uma proposta grupal é convidada implicitamente a expressar/compartilhar suas ideias, emoções e/ou experiências de vida, o que constitui a base para o que se denominou acima de aprendizado interpessoal.
Ou seja, o grupo é um espaço onde acontece a expressão dessa dimensão que constitui, no processo de intervenção, a trama psíquica grupal.
É necessário destacar a importância da qualificação técnica dos profissionais que trabalham no contexto grupal. Isso é uma condição básica para o planejamento de um grupo, principalmente porque a expressão dessa dimensão tem impactos imprevisíveis, em termos individuais e coletivos.
Assim, quando se planeja um grupo, estão se construindo as bases tanto para a expressão da trama psíquica grupal como para sua proteção/contenção, tendo em conta sempre o necessário cuidado ético/técnico.
Somando-se às considerações do que foi exposto acima e completando a resposta à pergunta inicial deste item, a importância do planejamento reside também na possibilidade de:
Estabelecer regras claras do contrato grupal que assegurem o seu processo e favoreçam o crescimento e a mudança interpessoal, visando melhor atingir os objetivos propostos.
Melhor acolher e motivar as pessoas para sua realização, criando estratégias à luz das realidades de atuação.
Melhor organizar o processo de trabalho dos profissionais envolvidos.
O planejamento de trabalho de grupos, na atenção básica, tem como diretriz principal o necessário processo de territorialização que as equipes realizam para reconhecer o contexto comunitário em que elas atuam. A partir dessa verificação é possível dar voz às necessidades comunitárias.
A esse processo, associam-se dois elementos importantes para o êxito dos grupos como proposta de trabalho de uma equipe, entre eles: as reuniões de equipe por área e o trabalho dos agentes comunitários.
O processo de territorialização, construído com a participação de todos os atores comunitários, entre eles a equipe de saúde, traz à tona um conjunto de necessidades, através de indicadores ambientais, econômicos e psicossociais.
Por sua vez, as reuniões das equipes por área de abrangência e o trabalho dos agentes comunitários trazem indicadores peculiares e específicos, que se constituem em informações privilegiadas para melhor planejar o grupo e seus objetivos.
Por exemplo: O processo de territorialização aponta como necessidade um trabalho com gestantes adolescentes. No entanto o trabalho das equipes responsáveis por áreas de abrangência e o trabalho dos agentes podem revelar um processo de migração intensa de pessoas e/ou famílias, seja por causa de violência, seja por causas ambientais, etc., o que pode esvaziar propostas grupais mais direcionadas.
Ou seja, uma estratégia de intervenção grupal na fase de planejamento exige uma análise dos contextos em que ela possa vir a ser implementada, por meio de informações de fontes específicas do processo de trabalho dos profissionais de saúde na atenção básica.
Entende-se que, para o sucesso de uma proposta grupal, no contexto da atenção básica, é essencial essa fase do planejamento, tanto à luz dos recursos da equipe de saúde quanto à luz dos recursos comunitários.
Você já sabe a importância do planejamento de um grupo, não é mesmo?
Então, fixe o que você aprendeu através da autoavaliação.