Conscientização sobre o uso crônico de benzodiazepínicos

Abstract

Os benzodiazepínicos estão entre os medicamentos mais prescritos no Brasil e no mundo. Estima-se que 50 milhões de brasileiros utilizam essa droga, e que 50% dos medicamentos psicotrópicas prescritos são BDZ. Na década de 70 foram muito utilizados por suposta ausência de efeitos colaterais. Hoje observa-se a grande prevalência de usuários crônicos e com isso, altas taxas de dependência, tolerância, abuso, síndrome de abstinência, e efeitos colaterais. Na Unidade de Saúde Tabuleiro, microárea Tabuleiro I, pude identificar uma alta prevalência de usuários crônicos de benzodiazepínicos, muitos deles dependentes e com tempo de uso maior que 12 meses, até mesmo maior que uma década. Este trabalho tem por objetivo conscientizar esses pacientes acerca dos efeitos colaterais dos BDZ, identificar os motivos que os estimularam a iniciar o uso, identificar possíveis diagnósticos psiquiátricos e indicações médicas precisas dessa droga, estimular mudanças de vida, diagnosticar e tratar possíveis patologias subjacentes. Atingiremos esse objetivo através de reuniões mensais com determinados temas específicos, por objetivo de informar os pacientes, além de consultas inicialmente quinzenais com o Psiquiatra, Clínico Geral e se necessário Psicólogo para abordar o desmame de pacientes com essa indicação, acompanhamento de patologias psiquiatricas e dessa forma, conscientiza-los da necessidade de cessar o uso dessa substância. Iremos elaborar um plano de manutenção sem benzodiazepínico, com acompanhamento desses pacientes a longo prazo, apoio psicossocial e fácil acesso as consultas na UBS para sustentar as mudanças de estilo de vida e manter os pacientes sem essa medicação. Com a execução deste projeto, espero que uma porcetangem significativa dos pacientes consiga parar de tomar benzodiazepínicos e consequentemente, a diminuição dos efeitos colaterais, principalmente em idosos, com a redução do número de quedas e fraturas, melhora da memória, da função cognitiva e da qualidade de vida. Ainda assim, espera-se a adesão dos pacientes a uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos para driblar a insônia e principalmente a ansiedade.