OLHANDO PARA O “VELHO”. EXPLANAÇÕES SOBRE A ALDEIA MISSÃO VELHA NO PARQUE INDÍGENA DO TUMUCUMAQUE/ DSEI AMAPÁ E NORTE DO PARÁ.

Abstract

O trabalho aqui desenvolvido, tem o objetivo de apresentar a atualidade dos caminhos percorridos na direção da saúde indígena no Brasil, mais especificamente na região do Parque Indígena do Tumucumaque, Aldeia Missão Velha, bem como clarificar seus mecanismos de ação, sua natureza interventiva e os órgãos que tem a responsabilidade de gerir, fiscalizar, supervisionar e deliberar as atividades relacionadas a atenção básica da saúde indígena. Em todo seu conteúdo, revela não apenas os aspectos socioeconômicos, mas toda a trajetória histórica, política e da criação e organização dos serviços de saúde voltados para a população indígena. O objetivo primordial deste, é levar à todos o conhecimento da existência de programas e ações que são efetivados em prol da população indígena, aqui em específico na área do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Amapá e Norte do Pará. Faz-se necessário esclarecer que pela grandiosidade do território brasileiro, existem similaridades como também grandes divergências não só nas linhas de atendimento como também na linguagem e aspectos culturais. A expressão “Território recorte”, aparece no sentido de destacar e especificar o alvo destes relatos que remetem ao trabalho ali desenvolvidos, seu povo, as assertividades interventivas como também as dificuldades e as especificidades da região, no Parque Indígena do Tumucumaque – DSEI Amapá e norte do Pará. Por intermédio deste, se desnuda o antes encoberto e desconhecido “cuidado com os povos indígenas”, revelando não só os sucessos, mas as fragilidades que existem nos programas propostos para o atendimento integralizado. O território recorte escolhido foi a aldeia Missão velha, por seu significado histórico como sendo a aldeia em que após o contato dos indígenas com os não indígenas, eles se reuniram e passaram a conviver, e por que apesar de ser uma aldeia pequena, não possuí nenhuma estrutura de saneamento básico e tratamento de água, além da distribuição do hipoclorito pelos agentes indígenas de saneamento básico, razão pela qual, existe uma elevada incidência de enfermidades diarreicas e parasitarias. Tendo em vista que esse alto índice de enfermidades diarreicas e parasitárias se tornou o problema situacional da aldeia missão velha, foi realizado um análise comparativo com um projeto que se estabeleceu no território da aldeia missão nova, a 3 quilômetros do território recorte, projeto este que se refere à colocação de 2 caixas dágua de cinco mil litros com bomba solar e com a capacidade de abastecer cento e cinquenta famílias, com base nos resultados positivos, foi demonstrado para a aldeia missão velha a importância de se envolver comunitariamente no processo de transformação e melhorias sociais na aldeia, utilizando o instrumento da clinica ampliada pelos profissionais da equipe multidisciplinar da saúde indígena e tendo como atores principais os agentes indígenas de saúde e os agentes indígenas de saneamento básico como vínculo com a comunidade, através de rodas de conversa e intervenções na aldeia, pretende-se conscientizar e envolver a todos os envolvidos, tornando-os protagonistas de sua saúde e da transformação de sua comunidade.