O uso de práticas educativas para melhorar a adesão ao aleitamento materno

Abstract

O processo de amamentação sofreu grandes mudanças entre 1950 e 1970, devido à substituição do aleitamento materno pelo uso de fórmulas lácteas, fruto da forte propaganda da indústria alimentícia e das transformações da sociedade, que contribuíram para a modificação na alimentação dos lactentes. Dentre elas, podemos citar: a urbanização e as mudanças nos padrões culturais. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam um índice de amamentação exclusiva, no Brasil, de 38,6% em menores de 6 meses, em 2017. A análise de prontuários evidenciou que dos oito menores de seis meses acompanhados em puericultura apenas quatro encontravam – se em aleitamento materno exclusivo, constatando a baixa prevalência do aleitamento na área do Jabuti. Este projeto de intervenção tem como objetivo contribuir para elevar a adesão das mulheres ao aleitamento materno, aumentando a proporção de menores de seis meses em aleitamento exclusivo, além de reorganizar o serviço de saúde para proporcionar assistência mais adequada às puérperas e menores de dois anos. A intervenção se dará através de práticas educativas, como palestras e rodas de conversa, as quais serão avaliadas através de questionário, aplicados antes e após as atividades. Os encontros ocorrerão mensalmente. Foram necessários para a realização da atividade: quinze cadeiras, equipamento multimídia e a participação de dois agentes comunitários de saúde. Participaram das atividades trinta gestantes. O resultado pré-teste demonstrou que 60% das gestantes consideravam o leite materno insuficiente para as crianças nos primeiros meses de vida, mais de 80% compreendiam que poderiam introduzir outros alimentos já no segundo ou terceiro mês de vida. No pós-teste, 90% das gestantes entenderam o aleitamento materno exclusivo como suficiente nos primeiros seis meses de vida e 83% delas colocaram o quarto e sexto mês de vida como ideal para introdução de outros alimentos. A equipe de saúde ampliou o espaço das consultas de puericultura na agenda médica e colocou como prioridade a visita domiciliar para mães até o décimo dia de puerpério. As atividades de educação em saúde, realizadas durante o pré-natal, possuem potencial para aumentar a adesão ao aleitamento materno.