O uso indiscriminado de psicotrópicos: desafios e perspectivas na superação dos vícios

Abstract

Nas unidades básicas de saúde (UBS) as demandas de saúde mental são situações corriqueiras geradoras de grande sofrimento psíquico e angústia. Constata-se que muitas dessas situações são abordadas pelos profissionais de saúde com a prescrição de psicotrópicos, numa tentativa de minimizar esse sofrimento, sendo prescritos por médicos generalistas da atenção básica ou mantidos com renovação de receitas por longo período. Essas medicações devem ter seu uso restrito e por curto período de tempo, o uso abusivo pode trazer sérias consequências como alterações cardiovasculares e de memória. O estudo teve como objetivos realizar um plano de ação objetivando intervir no uso indiscriminado de fármacos psicotrópicos na população adscrita neste CSF, conscientizar a população sobre o uso de forma adequada, somente com prescrição de profissionais de saúde, de medicamentos psicotrópicos e instituir tratamentos com psicotrópicos para situações agudas, evitando a cronicidade no uso. Foi realizada uma intervenção no CSF de Peixe com uma população de 45 pacientes. O perfil dos usuários de psicotrópicos, destaca-se a predominância do sexo feminino, faixa etária entre 31 a 55 como maiores usuários, tendo clonazepam , diazepam, amitriptilina e fluoxetina como os fármacos mais prescritos, a maioria dos entrevistados tomas mais de três medicações com tentativas falhas de tentativa de desmame. Foram realizadas ações educativas com a equipe multiprofissional e em seguida consultas individuais para tentar desmamar essas drogas. Conclui-se que as ações educativas são de grande importância para que as ações clínicas tenham maior efetividade.