SITUAÇÃO DE ISOLAMENTO SOCIAL OU ABANDONO DE IDOSOS NO TERRITÓRIO DA UBS PARQUE SÃO VICENTE NO MUNICÍPIO DE SÃO VICENTE: ABANDONO OU ESCOLHA?

Abstract

O aumento da expectativa de vida da população é um fenômeno mundial e reflete-se no Brasil com um aumento expressivo no número de idosos oriundos deste envelhecimento populacional. Mesmo tratando-se de uma tendência global e previsível, no Brasil, observa-se uma maioria de idosos que sofrem com problemas de saúde evitáveis ou tratáveis que são negligenciados por seus familiares e pelo poder público, aumentando a taxa de mortalidade deste grupo e de sequelas secundárias a determinadas doenças. Na ESF Parque São Vicente, situada no município de São Vicente do Estado de São Paulo, temos aproximadamente 5000 pessoas cadastradas, dentre elas 770 são idosos e 81 destes moram sozinhos ou vivem em situação de isolamento. Observa-se na rotina de trabalho que muitos idosos se queixam de abandono e ”esquecimento” por parte dos filhos e demais familiares. Alguns justificam o abandono com a afirmativa de não incomodar os filhos que têm suas vidas e seus problemas. No entanto, o isolamento social vivenciado por estes idosos gera preocupação na equipe de saúde da ESF, principalmente em compreender se esta condição é uma opção do idoso ou uma situação de negligência. Frente a esta problemática, este estudo objetiva identificar idosos em situação de isolamento social ou abandono, promover a inclusão de idosos em situação de isolamento social ou abandono em atividades oferecidas na UBS e em outros setores do território, incluindo a participação do NASF e promover atividades de socialização e educação em saúde visando reinserção social e autocuidado. A identificação do grupo de interesse será promovida pelo médico da ESF durante as consultas e visitas domiciliares. Também serão utilizadas as informações colhidas pelos agentes comunitários e pela equipe de enfermagem no momento do acolhimento. Após identificação, os idosos serão convidados a participar de atividades em grupo, palestras, oficina de pintura e horta comunitária. Serão utilizados os recursos disponíveis na própria unidade e também doações da própria comunidade. Essas atividades serão realizadas na ESF, uma a duas vezes por semana, com a participação de todos os funcionários e com apoio de fisioterapeuta para orientar alongamento às terças-feiras pela manhã. Para estimular o autocuidado, serão abordados os temas: higiene pessoal, saúde bucal e sexual em consultas e em reuniões quinzenais com psicólogo, dentista, enfermeira e médico da unidade. Será realizado monitoramento da participação dos idosos e avaliação dos benefícios gerados. Isto se dará por meio de consultas individuais com enfermeira, médico e psicólogo que avaliarão o bem-estar físico, mental e social de cada indivíduo que deverá ser verbalizado pelo mesmo. Será verificada a diminuição da necessidade de uso de medicamentos antidepressivos e melhora das condições de saúde como um todo. Com estas intervenções espera-se a inclusão dos idosos nas atividades propostas, melhor adesão e participação aos tratamentos propostos, despertar o interesse quanto a significância da prática de atividades físicas como benefício para sua saúde, socialização dentre os participantes e conscientização da sua importância como membro ativo e participativo da sociedade. Por conseguinte, garantir sua autonomia para realização de atividades da vida diária e reduzir as complicações decorrentes de suas enfermidades.