INSÔNIA E O USO INDISCRIMINADO DE BENZODIAZEPÍNICOS

Abstract

A queixa de insônia aparece diariamente nos atendimentos da atenção primária. Tal queixa, na maioria dos casos, aparece associada a sintomas ansiosos, depressivos ou mistos. Atuando como sedativo, relaxante muscular, anticonvulsivante e hipnótico, os benzodiazepínicos tem seu papel importante nos mais diversos transtornos psiquiátricos e neurológicos. O presente trabalho visa propor uma reflexão sobre o uso dessas medicações, além de elaborar um projeto de saúde a ser colocado em prática na área de abrangência da Unidade Antônio Caetano de Souza, no município de Santa Adélia, estado de São Paulo. O alvo dessa trabalho são pacientes que se beneficiariam de outras terapias (medicamentosas ou não) para a insônia. Além de propor a retirada gradual dessa classe medicamentosa da terapia do paciente. Seu uso agudo, em crises diversas, é de grande valia nos episódios de agitação, agressividade ou convulsões. Contudo, o uso crônico, principalmente em monoterapia nos casos de insônia não trata a causa base e não melhora o quadro de saúde mental e a qualidade de vida do paciente. Essa reflexão é de extrema importância pois sabe-se que ano após ano a comercialização e uso desses medicamentos aumenta. Nosso país é um dos principais consumidores. A lista de efeitos colaterais não é curta. Gostaria de chamar atenção para os diversos casos em que o início do tratamento com essa classe medicamentosa deveria ter sido evitado. Sabendo que a queixa de insônia raramente se apresenta sozinha (é secundária a outra condição psiquiátrica ou clínica), pode-se perceber que tais casos podem (e devem) ser abordados com formas alternativas.