CONTROLE DA DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO

Abstract

O projeto de intervenção foi realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) Sítio da Casa Pintada que está localizada no bairro Vila Jacui, na grande área de São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo. A população adscrita na unidade conta com mais de 30 mil habitantes.A unidade de saúde funciona no modelo tradicional. os atendimentos são feitos mediante consulta agendada para dois médicos clínicos diariamente. Mediante contabilização parcial dos prontuários feita de dezembro de 2019, os usuários do serviço portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) somam 1265 indivíduos e os portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) somam 691 indivíduos. Tem grupo de Auto Monitoramento Glicemico (AMG) que teve inicio ha 6 meses liderado pelo farmacêutico, auxiliar de farmácia, enfermeira e auxiliar de enfermagem. A maior parte dos atendimentos de minha agenda é de pacientes HAS e/ou DM2. Quando iniciei os trabalhos pude observar através das anotações em prontuário e dos relatos dos próprios pacientes que os atendimentos médicos eram muito ruins. Não havia registros de controle pressórico e glicêmico, acompanhamento dos níveis de hemoglobina glicada, colesterol, triglicerídeos e função renal. Nem mesmo orientação de como tomar os medicamentos ou para quanto tempo agendar retorno. Me deparei com uma população idosa, obesa, sedentária e com disfunções osteomusculoarticulares. Essa situação resultou em uma quantidade considerável de pacientes que têm lesão renal com doença renal crônica (DRC) em estágio 3, ou seja, moderada, e que precisam de tratamento dos fatores de risco modificáveis para a progressão da doença renal e cardiovascular. Bem como, evitar internações pela descompensação dessas doenças à medida que um bom manejo é feito na unidade básica. E a longo prazo evitar que esses indivíduos evoluam para doença renal que necessite de qualquer tipo de terapia renal substitutiva (TRS). Não é um manejo simples, uma vez que, hipoglicemiantes orais, como a metformina, devem ser imediatamente retirados do plano terapêutico para não agravar a lesão renal. Os pacientes nessa situação demoram algumas meses para entender a proposta, mesmo que repetidas vezes explicada. Esse estudo busco sensibilizar a equipe para oferecer escuta, sugestiono atividades coletivas e acompanhamentos continuado com a equipe multiprofissional.