ABORDAGEM DAS DESORDENS PSIQUIÁTRICAS DA INFÂNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Abstract

O aumento da prevalência de transtornos psiquiaÌ tricos na infância pode ser explicado, em parte, pela condiçaÌ o psicossocial (pais com baixa escolaridade, precaÌ rias condiçoÌ es socioeconoÌ micas e um ambiente de abuso psicoloÌ gico e fiÌ sico), em parte pelo abuso de substaÌ ncias potencialmente deleteÌ rias no periÌ odo gestacional acarretando deÌ ficits no desenvolvimento fetal. Em grande parte dos casos, existe histoÌ ria familiar de distuÌ rbios psiquiaÌ tricos e/ou histoÌ ria de abuso sexual ou violeÌ ncia. A maior parte das redes de saúde não está organizada de maneira coesa para garantir a coordenação do cuidado em saúde mental infantil. Tal fato apresenta consequeÌ ncias desastrosas para a famiÌ lia: os pais enfrentam prejuiÌ zos econoÌ micos; as crianças enfrentam problemas de socializaçaÌ o nas escolas, gerando atraso no desenvolvimento das capacidades cognitivas, isolamento social e piora do quadro cliÌ nico. EÌ necessaÌ rio a identificaçaÌ o precoce de distuÌ rbios psiquiaÌ tricos na infaÌ ncia por meio de instrumentos padronizados. A abordagem dessa patologia deve ser realizada por toda a equipe de saúde da família, de forma integrada: equipe de enfermagem e auxiliares teÌ cnicos, odontologia, agentes comunitaÌ rios, meÌ dicos, Psicologia, Psiquiatria, AssisteÌ ncia Social e Conseho Tutelar/Vara da Infância. O tratamento que deve ser instituiÌ do depende do diagnoÌ stico e da gravidade dos sintomas, podendo ser necessaÌ rio o uso de psicofaÌ rmacos associados ao suporte familiar e atividades em grupo na comunidade para as famiÌ lias e as crianças/adolescentes. O plano de cuidados deve estar articulado com outros pontos da rede de saúde Municipal, garantindo a longitudinalidade.