ATENÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO INDÍGENA TICUNA NO POLO BASE CAMPO ALEGRE, DSEI ALTO RIO SOLIMÕES: UMA REFLEXÃO SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Abstract

O polo-base Campo Alegre situa-se na região amazônica do Alto Rio Solimões, fazendo parte do DSEI Alto Rio Solimões. São atendidas um total de 8 aldeias, todas compostas por indígenas da etnia Ticuna. Esses indígenas vivem da agricultura familiar e pesca e habitam em casas de madeira, sem saneamento básico. A língua falada pela maioria dos indígenas da região é a Ticuna, com poucas pessoas falando o português. É uma comunidade que historicamente sofreu influência do homem branco, principalmente através de missões religiosas católicas e protestantes, bem como de seringueiros na época de exploração da borracha. Apesar disso, ainda mantém muitas de suas crenças e tradições, principalmente de doenças causadas por feitiçaria. Os indígenas Ticuna costumam recorrer aos pajés da comunidade para tratamento de suas enfermidades. Atualmente nota-se um aumento nas notificações dos casos de violência doméstica. Acredita-se que esse aumento possa estar associado ao abuso de álcool e drogas e com a pandemia do coronavírus, porém outros fatores devem ser considerados, como o comportamento machista da sociedade. É importante estudar a fundo essa questão para identificar as raízes do problema, a fim de encontrar soluções apropriadas. Ações voltadas para o treinamento dos agentes indígenas de saúde na identificação e notificação dos casos podem ajudar a prevenir e remediar o problema. Também é importante realizar oficinas e atividades educativas envolvendo as mulheres indígenas a fim de lhes trazer mais conforto emocional e estabelecer uma relação de confiança mútua com a equipe de saúde. O presente trabalho propõe oficinas de artesanato a fim de dar suporte a essas mulheres, estimulando a sua autovalorização.