TERRITORIALIZAÇÃO E SAÚDE NO POVO ENTRE SERRAS PANKARARU: UM ENSAIO DESCRITIVO E DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Abstract

O estudo se justifica pelo interesse como profissional médico em assimilar as noções da influência do território nos quadros de saúde e qual potencial de repercussão nas relações familiares e coletivas. Descrevemos os aspectos socioeconômicos, culturais, epidemiológicos e sanitários do território de saúde do povo indígena Entre Serras Pankararu nos municípios de Tacaratu e Petrolândia, no DSEI Pernambuco, situado no estado de Pernambuco. Analisar a territorializaçaÌ o da saúde e buscar melhorias no atendimento aÌ saúde hábitos de vida saudável e modificação do estilo de vida não saudável respeitando seus saberes tradicionais, tornando-os sujeitos ativos do seu processo de cura e cuidado com ações de promoção e prevenção, fortalecendo os laços, vínculos e a longitudinalidade na atenção à saúde dos povos indígenas. Tendo clareza que o problema de saúde escolhido é também percebido pela comunidade como tal e munido de informações provindas de uma rede explicativa bem refletida e organizada, propor uma atividade de educação em saúde para munir o usuário do subsistema de informações sobre a COVID-10 através uma comunicação assertiva que respeite os saberes tradicionais e adaptados a sua realidade. A EMSI, conselho local de saúde e professores trabalharão em equipe e juntamente com a comunidade realizarão desenhos e outros tipos de artesanato, áudio, vídeo, jogos e brincadeiras com informações sobre a novo coronavírus e a COVID-19 que serão direcionados aos usuários principalmente pelas redes sociais e aplicativo WhatsApp. Ainda é um grande desafio a realização de maiores estudos, é fundamental a aproximação de diálogos visando minimizar os impactos da pandemia na comunidade devido sua complexidade e prevalência em nossas vidas. Com a intenção de conhecer a territorialização e propor, de forma reflexiva, uma atividade de educação em saúde para enfrentar o problema de saúde escolhido, sendo este o elevado números de casos confirmados da COVID-19. O panorama é ilustrado com dados secundários disponíveis durante no período do estudo. Criado em 1999 juntamente com a implantação do Subsistema de Atenção Saúde Indígena (SASI-SUS) o DSEI é responsável por promover atenção básica aâ saúde e saneamento a indígenas aldeados (35.821 usuários, no ano de 2018), distribuídos em 10 etnias e 15 povos, sendo escolhido para o estudo o povo Entre Serras Pankararu. Falantes somente do português, mantendo viva partes de sua língua materna apenas em seus cânticos rituais. Há mais de 500 anos em contato com a sociedade nacional, dispõem de apenas 40% da sua terra. Possuidores de uma grande bagagem de conhecimentos aprimorados sobre saúde que são praticadas no dia a dia nas aldeias, o equilíbrio do próprio corpo se mantém de sua relação com os Encantados determinando o conhecimento intuitivo de saúde, sendo o acompanhamento biomédico também valorizado. O Polo Base Pankararu Entre Serras tem uma população de 1.499 pessoas, 485 famílias e uma Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI).