Terapias integrativas na redução do uso de psicotrópicos entre usuários: uma experiência da Estratégia Saúde da Família Demboski, Içara/SC

Abstract

Nas últimas décadas a construção de políticas públicas de saúde passam a ser focadas mais na promoção da saúde do que na intervenção curativa e de reabilitação. Nesse sentido, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) toma protagonismo nas relações entre os indivíduos, comunidade e o Sistema Único de Saúde (SUS), se constituindo local privilegiado para atuação em saúde mental. No Brasil, os transtornos mentais leves contribuem de forma significativa com o aumento das demandas nos serviços de saúde e dos recursos econômicos destinados a área, impactando diretamente na qualidade laboral dos indivíduos, resultando em um incremento do absenteísmo no trabalho. Sendo de notório saber que as terapias com psicotrópicos causam abuso e/ou dependência, síndrome de abstinência e interações com agentes depressores do sistema nervoso central com alto impacto na qualidade de vida do usuário, o presente estudo visa a diminuição do uso desta classe de fármacos entre a comunidade da ESF Demboski, no municipio de Içara/SC. A proposta de intervenção consiste em, através de uma consulta médica inicial, sensibilizar o usuário nos diferentes âmbitos do seu processo de saúde, quando será proposto o plano terapêutico individual e grupal que preconiza o uso de fitoterápicos de comprovada ação antidepressiva e ansiolítica, aromaterapia e práticas de meditação. Com o desenvolvimento das ações nos primeiros três meses, com o seguimento e incorporação dos novos saberes adquiridos no processo, se espera uma redução do consumo de psicotrópicos em 30%. Ao final do processo se espera que a atenção em saúde mental aos usuários com diagnóstico de transtorno mental leve seja integrada nas rotinas da atenção básica com uma nova abordagem, mais humana, holística e focada na complexidade do ser humano, onde profissionais e usuários adquirem novos saberes que resultam numa melhor qualidade de vida.